Guiné-Bissau: 10 militares ilibados ao cabo de 11 meses de prisão
Processo definitivamente arquivado por falta de provas, ilibados e libertados os 10 militares guineenses presos em dezembro de 2017, por alegada tentativa de assassínio do CEMGFA Biagué Na Ntan, segundo denúncia do próprio general.
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Os 10 militares foram libertados em novembro, depois de detidos a 16 de dezembro de 2017 na prisão da base aérea de Bissalanca em Bissau, por denúncia do próprio Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Biagué Na Ntan, que denunciou a preparação de planos para o assassinarem e que nem sequer foi ouvido pela Promotoria do Tribunal Militar que os acusou.
Ricardino Nancassa, advogado de defesa dos militares
O advogado de defesa dos militares Ricardino Nancassa afirma desconhecer se o general Biagué Na Ntan fou ouvido ou não, mas que "assumindo-se na posse de informações de que 10 militares o queriam assassinar, o general Biagué Na Ntan remeteu na mesma hora o processo para o Tribunal Militar...que não fez investigação, não fez nada e decidiu pura e simplesmente prender durante 11 meses os militares".
A Liga Guineense de Direitos Humanos e a UNIOGBIS denunciaram desde logo as péssimas condições de detenção dos militares, que em agosto de 2018 viram a sua prisão preventiva ser revogada por falta de provas.
O advogado de defesa Ricardino Nancassa, que há muito vem exigindo a sua libertação e qualificou mesmo de "sequestro" a sua prisão, porque ao cabo de seis meses de prisão preventiva ainda não tinham sido ouvidos pela justiça, pelo que segundo a lei e sem condenação em primeira instância, eles deveriam ter sido libertados em junho de 2018.
Ricardino Nancassa vai apresentar queixa-crime contra o Estado guineense que "prendeu e criou danos irreparáveis na vida dos dez militares" presos durante 11 meses.
Os 10 militares ilibados por falta de provas da acusação de atentado à integridade física de general Biagué Na Ntan: Buota N'yete, Maurício Félix, Aribi Nfodi, Joaquim Sia, Bifere Obna Mana, Albino Sanha, Adulai Baldé, Madja Bodjam, Cufete Manga e Fugna Mbana.
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