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Copa do Mundo

Jornais analisam derrota histórica do Brasil na Copa

Os jornais franceses desta quarta-feira (9) dedicaram um grande espaço à derrota do Brasil. Apesar de apontarem as qualidades excepcionais da seleção alemã e os pontos francos da seleção brasileira, o tom ainda assim é de incredulidade pelo placar inesperado de 7 a 1.

Capa dos jornais franceses que destacam a vitória da Alemanha por 7 x 1.
Capa dos jornais franceses que destacam a vitória da Alemanha por 7 x 1.
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"Inacreditável" é a manchete de L'Équipe, que traz na capa uma foto dos jogadores alemães comemorando um dos sete gols. A histórica derrota brasileira despertou a veia poética dos jornalistas desse diário especializado em esportes: "Quem poderia acreditar, seriamente, que o Brasil naufragaria em menos de meia hora, impotente diante do espetáculo das ondas alemãs que vieram destruir seus sonhos de glória?"

O jornal analisa que faltou à seleção força coletiva, jogadores de classe e caráter. "O que restava do mito do futebol brasileiro desmoronou definitivamente ontem à noite", julga L'Équipe, que analisa em detalhes os erros táticos e a falta de motivação de uma seleção "dependente demais de Neymar" e com "uma defesa fraca demais".

Causas da derrota

"7 a 1: o Brasil humilhado pela Alemanha", diz Libération, que chama a derrota de ontem de "Berezina" do Brasil. Na batalha de Berezina, as tropas de Napoleão sofreram as piores perdas de sua história e o imperador francês foi obrigado a desistir de conquistar a Rússia. Esse termo entrou para o vocabulário como sinônimo de derrota completa e irreversível.

Já a Alemanha, diz Libération, "caminha sobre as águas", em referência ao placar verdadeiramente milagroso de ontem. "Ainda não tínhamos visto nada nesta Copa do Mundo", diz o diário progressista, descrevendo a emocionante execução do hino nacional brasileiro que serviu de prelúdio à vergonha da seleção. Segundo Libération, no segundo tempo os alemães conseguiram fazer mais dois gols quase sem querer.

O jornal tenta entender o que provocou a derrota do Brasil, sem negar os méritos da "excepcional" seleção alemã. Libération aponta que, desde o início, a equipe brasileira foi supervalorizada. A segunda hipótese é o efeito místico da presença de Neymar. A performance genial do atacante fez com que todo o time se tornasse dependente dele. A ausência de Neymar teria deixado a seleção completamente perdida.

E a terceira hipótese, segundo o jornal francês, é a conjugação de vários fatores que mostram o momento ruim do futebol brasileiro, como um goleiro que atua no Canadá, país sem cultura futebolística, ou ainda um centro-avante, Fred, demitido do Lyon porque era lento demais.

Drama nacional

"Humilhado pelo 7 a 1 pela Alemanha, o Brasil vive um drama nacional", é o título de Le Figaro, que colocou em sua capa uma torcedora chorando. "Inimaginável", começa o texto do jornal conservador sobre o jogo de ontem no Mineirão. Antes mesmo do final do primeiro tempo, a Alemanha já tinha destruído o mito da seleção, observa Le Figaro. O jornal nota, porém, que apesar da derrota histórica, o público brasileiro presente no estádio teve a dignidade de aplaudir o atacante alemão Klose, que se tornou o maior artilheiro da história da Copa do Mundo, com 16 gols, desbancando Ronaldo.

"O Brasil aniquilado", decretaAujourd'hui en France, que também fala em "drama nacional" e "verdadeira tragédia". O tablóide acredita que nem a presença de Neymar teria mudado o resultado do jogo. "O problema, ontem à noite, não era um jogador, mas todo um coletivo totalmente ausente. O público criticou muitas vezes Fred, símbolo da mediocridade e da ineficiência brasileiras, mas é toda a equipe que merecia as vaias", avalia o diário. 

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