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G7/Rússia

EUA convocam reunião urgente do G7 para dar resposta à Rússia sobre integração da Crimeia

O presidente americano Barack Obama convocou os líderes dos países do G7 e da União Europeia para uma reunião de emergência na próxima semana em Haia, na Holanda, durante a já prevista cúpula sobre a segurança nuclear. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (18), pela Casa Branca, que ressaltou que o objetivo do encontro é debater uma resposta à Rússia, depois que Moscou anexou a península da Crimeia ao seu território, nesta manhã.

O presidente americano, Barack Obama, durante anúncio de sanções contra a Rússia, nesta segunda-feira (17), em Washington.
O presidente americano, Barack Obama, durante anúncio de sanções contra a Rússia, nesta segunda-feira (17), em Washington. REUTERS/Kevin Lamarque
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"Esta reunião será centrada na situação da Ucrânia e nas próximas reuniões que o G7 poderá realizar para responder à evolução da situação e o apoio à Ucrânia”, indicou a porta-voz do Conselho da Segurança dos Estados Unidos, Caitlin Hayden.

Ela também lembrou que os líderes ocidentais suspenderam os preparativos da reunião em junho do G8, grupo que até então contava com a Rússia, que aconteceria em Sochi. A medida foi tomada para denunciar a “violação” da soberania ucraniana por Moscou com a invasão militar da península da Crimeia no final de fevereiro.

O G7 é integrado pelas maiores potências do globo: Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Japão e Canadá, ao qual a União Europeia é associada. Desde 1998, o grupo passou a contar com a Rússia, formando, até este ano, o G8.

Anexação da Crimeia

O presidente russo Vladimir Putin assinou nesta manhã o tratado de integração da Crimeia e da cidade de Sebastopol à Federação Russa. Nem as sanções anunciadas pelos Estados Unidos ou pela União Europeia ontem (17) contra líderes russos e pró-Rússia na Ucrânia pareceram afetar a decisão de Putin.

Durante seu discurso, ele acusou a Europa e os Estados Unidos de estabelecerem dois pesos e duas medidas para apontar uma violação do direito internacional na anexação da Crimeia, citando o caso do Kosovo, em que europeus e americanos reconheceram unilateralmente a independência daquele território da Sérvia. Ele também citou a ingerência americana e europeia na Líbia.

O chefe de Estado russo disse ainda que não busca o enfrentamento com os ocidentais, mas não vai aceitar tropas da Otan nas portas de territórios históricos da Rússia. Ele agradeceu o apoio da China no Conselho de Segurança da ONU e encerrou seu discurso informando que a Rússia vai continuar defendendo seus interesses nacionais.

Comunidade internacional reage

As reações da Ucrânia e da comunidade internacional foram imediatas após a anexação da Crimeia e a cidade de Sebastopol à Federação Russa. Líderes políticos lamentaram uma decisão que irá “isolar” o país e ser alvo de novas sanções.

“A Rússia apresentou um painel de argumentos para justificar o que nada mais é do que um confisco de território”, declarou o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Varsóvia, onde se encontra em visita oficial. “O isolamento político e econômico da Rússia só deve aumentar se continuar no mesmo caminho, e ela verá certamente novas sanções por parte dos Estados Unidos e da União Europeia”, acrescentou.

O governo britânico, por sua vez, decidiu suspender toda a cooperação militar com a Rússia. "Nós suspendemos toda cooperação militar", declarou Hague diante dos deputados britânicos, explicando que a medida atinge principalmente as licenças de exportação em curso.

O presidente francês, François Hollande avisou que uma “resposta europeia forte” será organizada durante a reunião do Conselho Europeu prevista para esta semana, em Bruxelas. “Eu condeno essa decisão. A França não reconhece nem os resultados do referendo realizado na Crimeia no dia 16 de março, nem a anexação desta região ucraniana pela Rússia”, afirmou Hollande, em um comunicado divulgado pelo Palácio do Eliseu.

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