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Meio Ambiente

Oceanos podem estar por trás de "pausa" no aquecimento global

A última década foi a mais quente registrada na história, mas a alta dos termômetros parece dar uma pausa, de acordo com climatologistas que estudam as mudanças climáticas. A estabilização das temperaturas – que não invalidam as projeções de aquecimento a longo prazo - pode ser explicada pela captação de calor pelos oceanos.

Aquecimento de oceanos é registrado em baixa profundidade, o que pode significar absorção de calor na superfície.
Aquecimento de oceanos é registrado em baixa profundidade, o que pode significar absorção de calor na superfície. AFP/ PEW ENVIRONMENT GROUP
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Desde 1880, quando as temperaturas globais começaram a ser registradas, jamais a humanidade teve uma década tão quente quanto a última. Segundo os cientistas, as emissões de gases de efeito estufa são as responsáveis pela elevação de quase 1ºC na temperatura media do planeta.

Esta situação será estudada em setembro, na próxima reunião do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima (Giec). Os climatologistas debaterão sobre as causas e as consequências de a temperatura média se estabilizar na superfície do globo nos últimos 10 anos, apesar das taxas de concentração de CO2 não pararem de aumentar na atmosfera.

As hipóteses para explicar o quadro ainda são múltiplas: eventual queda da atividade solar, aumento dos aerosóis de origem vulcânica ou fóssil na atmosfera – que refletem os raios solares e, principalmente, absorção do calor pelos oceanos. Um estudo publicado no domingo na revista Nature Climate Change associa essa “redução do aquecimento” a uma “absorção crescente do calor pelos oceanos, em especial pelo Atlântico e o Pacífico tropical”, conforme a cientista Virginie Guemas, uma das autoras do estudo. “Esta absorção de calor pelos oceanos apenas mascara temporariamente o efeito dos gases de efeito estuda”, disse Guemas, pesquisadora do Instituto Catalão de Ciências do Clima.

Outro estudo, divulgado na revista científica Geophysicals Research Letters, avalia o papel das profundezas do oceano e mostra que 30% do aquecimento das águas marinhas ocorreu a até 700 metros de profundidade, o que pode ser um indício da absorção do calor na superfície.

No ritmo atual de emissões de gases, o planeta poderia ganhar de 3 a 5ºC nas próximas décadas, de acordo com as estimativas mais recentes dos cientistas. Eles afirmam que, por melhor que sejam as condições no futuro, vai ser muito difícil conter a alta de pelo menos 2ºC.

 

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