Ataque à polícia em Paris considerado terrorista
O ataque à sede francesa da polícia, em Paris, foi considerado como terrorista, de acordo com o procurador antiterrorismo, que deu uma conferência de imprensa este sábado. O informático, que trabalhava no local há 15 anos, teria premeditado o acto, “teria uma visão radical do Islão” e estaria em contacto com suspeitos de pertencerem a uma fileira salafista.
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Ainda que no dia do ataque na sede da polícia francesa, o ministro do Interior, Christophe Castaner, tenha dito que o suspeito “nunca tinha apresentado sinais de alerta”, este sábado, o procurador antiterrorismo, Jean-François Ricard, revelou o contrário em conferência de imprensa.
O autor do ataque, um informático sem cadastro que trabalhava nos serviços de informações da sede da polícia desde 2003, “teria uma visão radical do Islão” e estaria em contacto com suspeitos de pertencerem a uma “fileira islamita jihadista”.
Convertido ao Islão “há uma dezena de anos”, o homem de 45 anos que matou quatro colegas, teve sinais de radicalização islamita, como “a sua compreensão” dos atentados ao Charlie Hebdo em 2015 e “as suas mudanças na forma de vestir há alguns meses”.
O procurador, que descreveu detalhadamente o atentado de sete minutos, explicou que o informático teria ido almoçar fora do escritório e comprado uma faca de cozinha metálica de 33 centímetros e uma faca para ostras, e não uma faca de cerâmica como anteriormente avançado pelas autoridades para justificar a sua entrada no edifício sem ter sido detectada.
Antes de comprar as armas, o autor do ataque teria trocado 33 mensagens de telemóvel com a esposa, as quais tinham uma conotação exclusivamente religiosa e terminavam com a expressão “Allah akbar” e “Segue o profeta e lê o Corão”. A análise do telefone permitiu constatar, ainda, uma lista de contactos com vários suspeitos de pertencerem a uma fileira salafista.
A procuradoria anti-terrorista vai continuar o inquérito, qualificado de “assassínio e tentativa de assassínio de funcionários públicos com intuito terrorista” e “associação criminosa terrorista”.
Na próxima terça-feira, a sede da polícia vai ser palco de uma homenagem às vítimas do atentado, na presença do presidente francês, Emmanuel Macron. Entretanto, vários deputados da direita e da extrema-direita reclamaram uma comissão de inquérito na Assembleia e houve mesmo quem pedisse a demissão do ministro do Interior.
Entretanto, o primeiro-ministro Edouard Philippe anunciou, este sábado, a criação de duas missões para detectar sinais de radicalização dos funcionários que trabalham nos serviços secretos.
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