Parlamento britânico bloqueia estratégia de Boris Johnson sobre Brexit
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As primeiras páginas dos jornais franceses continuam a estar dominadas por questões sociais em França e pela crise política no Reino Unido.Brexit: estratégia comprometida de Boris Johnson, titula, LE MONDE. O primeiro ministro britânico voltou a ser derrotado ontem na Câmara dos Comuns de Westminster. Os parlamentares adoptaram maioritariamente a lei que o obriga a pedir um adiamento do Brexit a Bruxelas para evitar uma saída sem negociação no dia 31 de outubro.A Câmara dos Lordes deve também pronunciar-se rapidamente sobre o mesmo texto, antes da suspensão da sessão do Parlamento, na próxima semana. Johnson perdeu a sua maioria e entre os 21 deputados rebeldes expulsos do partido, figura o neto de Churchill, nota, LE MONDE.Brexit: Boris Johnson, encurralado no Parlamento, replica, LE FIGARO. Determinado a fazer sair o seu país da União Europeia, a 31 de outubro, mesmo sem acordo de divórcio, o primeiro ministro britânico sofreu uma nova derrota ontem à noite, na Câmara dos Comuns. O Parlamento impos-lhe reclamar à União europeia um novo adiamento do Brexit até 31 de janeiro de 2020 a fim de evitar um Brexit sem acordo.Mas Bruxelas já alertou para o risco que há de facto de haver uma saída sem acordo do Reino Unido. Os europeus continuam imperturbavelmente os seus preparativos com vista a um Brexit sem acordo para 31 de outubro. E dizem-no, pois, à medida que aumenta a probabilidade de um "no deal", está fora de questão fazer crer aos britânicos que a União europeia possa flectir a sua posição e fazer um volte face. Isto quer dizer que o braço de ferro continua dos dois lados, nota, LE FIGARO.Mudando de assunto, por cá em França, LE FIGARO, titula, pensões de reforma: Macron temporaliza. Após 18 meses de concertação, Édouard Philippe, lança hoje uma segunda ronda de consulta recebendo os parceiros sociais, com o objectivo de fixar o calendário e o método a ser adoptado. Estes encontros são o prelúdio a uma grande concertação cidadã desejada por Macron a fim de obter a uma adesão mais larga possivel desta reforma sensível, nota, LE FIGARO.Pensões, começa o mais duro, replica, em título, LA CROIX. Apenas um terço dos franceses confia na capacidade do governo ter um bom desempenho nesta reforma. Pensões, os apontados são todos privilegiados e todos perdem?Interrogados sobre pistas as seguir são 41% dos franceses a dizer que não é necessário fazer esta reforma das pensões, 36% defendem um aumento da duração das cotizações e apenas 7% dos franceses defendem uma baixa nas pensões dos futuros aposentados.Sobre a arbritragem do sistema, 66% dos franceses consideram que é necessária uma harmonização dos diferentes regimes de pensões com o objectivo de ter um único sistema em nome da igualdade entre os que descontam para a sua pensão de aposentadoria, acrescenta, LA CROIX.Redução das pensões, o duplo organismo, Agirc-Arco, que se ocupa da questão, dá o tom, replica, L'HUMANITÉ. A reforma do novo ministro sem pasta Delevoye agora chamado para o governo inspira-se do sistema de pontos complementares que degradou o nível das pensões. Na prática, por cada 100 euros que o francês desconta recebe 5 euros e 50 cêntimos no quadro da sua pensão, nota L'HUMANITÉ.Por seu lado, LIBÉRATION, titula, o Ovni Villani. A batalha de Paris será fratricida para o partido presidencial, EMm Marcha. O matemático oficializou ontem a sua candidatura à câmara municipal de Paris, apesar da investidura macronista de Benjamim Griveaux pelo partido. Ele lança-se num duelo frontal com o candidato investido pelo partido de Macron.Aposta louca, afirma LIBÉRATION no seu editorial, mas o matemático que é ambicioso e pragmático lança sozinho, com alguns apoios, à conquista da câmara municipal de Paris, provocando o seu mentor Macron que apoiou nas eleições presidenciais, acrescenta, LIBÉRATION.Em relação à África, LA CROIX, dá relevo a um Moçambique dramático, ilustração de "Laudato si", referência à segunda encíclica do Papa Francisco, que trata da defesa da casa comum ou de justiça e questões ecológica, que assenta que nem uma luva àquele país que viveu recentemente fenómenos climáticos violentos.É neste contexto dramático que o Papa Francisco está hoje apenas em Maputo, mas certamente que pensará nos sinistrados da Beira, a 1200 km da capital, atingido em 90% pelo ciclone Idai. Depois, o Papa, continuará o seu périplo em África no Madagácar e nas Maurícias, acrescenta, LA CROIX.