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França

Coletes amarelos surdos aos anúncios de Macron

Mais um sábado de manifestações de protesto em Paris e cidades provinciais em França, com menos violência e menos distúrbios, mas nada parece parar os coletes amarelos. O Presidente Macron e o seu primeiro-ministro, repetem que já acederam às reivindicações do movimento de descontentamento e condenam actos de violência contra a polícia, mas os coletes amarelos dizem que não vão parar. 

Coletes amarelos numa estação de portagem no sul da França a 22 de dezembro de 2018
Coletes amarelos numa estação de portagem no sul da França a 22 de dezembro de 2018 RAYMOND ROIG / AFP
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A 3 dias do Natal, os protestos dos coletes amarelos em Paris e nas províncias registaram uma quebra no número de manifestantes e houve menos violência, mas o espírito do movimento não morreu e vai continuar.

Foram um pouco mais de 38 mil manifestantes em França contra os  66 mil da semana passada, com a polícia a deter 220 manifestantes 81 dos quais ficaram sob custódia.

Houve mais violência com incêndios de portagens e autoestradas do sul na região fronteiriça com os Pirinéus espanhóis. 

Ao nível político, o presidente Macron, apelou à reposição da ordem, dizendo que todo um arsenal político-jurídico está em curso para aceder às reivindicações e que portanto não se justifica toda esta violência.

Também o seu primeiro-ministro, Édouard Philippe, condenou algumas derrapagens contra a polícia.

3 polícias motorizados, tiveram que fugir a agressões de manifestantes, nos Campos Elísios, tendo um deles apontado a sua arma, para dissuadir os agressores.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, denunciou um acto ignóbil e condenou ataques anti-semitas contra uma mulher no metro de Paris, dizendo que o autor terá de responder pelos seus actos no tribunal. 

Mas os coletes amarelos, dizem duma maneira geral, que não têm nada a ver com a violência, que condenam, e que há uma estratégia das autoridades para descredibilizar o movimento cívico de protesto.

O executivo denuncia uma radicalização do movimento e uma violência desenfreada contra as forças da ordem.

O primeiro-ministro, Édouard Philippe, praticante de boxe, recorreu a uma imagem pugilística, numa entrevista ao Journal du Dimanche, para dizer que a "política é como o boxe e quando sobe ao ringue, sabe que vai apanhar uns murros, mas sabe também que vai dar e gosta disso".

Quanto ao Presidente Macron, que viu o simulacro do seu enterro, nos Campos Elíseos, com manifestantes pedindo sua demissão, continua a fazer a sua mea culpa, dizendo que cometeu erros ao pensar que podia ir depressa com a sua política de reformas.

Certos analistas dizem no entanto que Macron, pode fazer actos de contrição, abrir cordões à bolsa, mas o seu mandato e a sua política de reformas ficaram engolidos por esta autêntica revolta social que dilacera França.

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