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FRANÇA

França: Benalla e Macron falam sobre escândalo

Alexandre Benalla falou à imprensa. O antigo colaborador do presidente, despedido e acusado de violência contra manifestantes, denunciou ao diário Le Monde uma tentativa de atingir o chefe de Estado. Benalla admite ter feito uma grande asneira, mas descarta ter traído Emmanuel Macron.

Primeira página do vespertino Le Monde de 26 de Julho de 2018
Primeira página do vespertino Le Monde de 26 de Julho de 2018 RFI/Miguel Martins
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Tinha sido primeiro o presidente francês a falar publicamente nos Pirinéus na tarde desta quarta-feira, à margem da Volta à França, acusando a imprensa de ter dito "asneiras" e "parvoíces", e desmentindo quaisquer regalias de que teria beneficiado o agora ex colaborador do Eliseu.

Para Emmanuel Macron a presidência francesa tinha sancionado o seu colaborador e tudo não passaria de uma tempestade num copo de água.

01:09

Emmanuel Macron, presidente da república da França

"A imprensa disse nos últimos dias muitas asneiras sobre supostos ordenados e regalias, tudo isso era mentira.

É importante que isso seja dito aos franceses ou senão eles vão dizer que trabalham duramente e pagam impostos e que tal seria intolerável.

E teriam razão de o pensar, mas o que lhes foi dito dias a fio foram parvoíces.

A 2 de Maio o Eliseu implementou uma sanção administrativa.

Acontece regularmente que nos serviços da república que sejam adoptadas sanções contra pessoas que cometeram erros.

No dia seguinte ao ocorrido uma sanção foi decretada.

O Eliseu não ia fazer um comunicado de imprensa alusivo.

A pergunta que se podem colocar é porquê que certos sectores trouxeram o caso à ribalta mais de dois meses depois.

Essa pergunta, sim , é legítima.

Sem dúvida que havia quem tivesse interesse em que tal fosse publicitado mais de dois meses depois, alguns dias após o Mundial de futebol.

Mas o Eliseu nunca escondeu nada."

Por seu lado o homem de que mais se tem falado em França nos últimos dez dias saíu também do seu silêncio.

Alexandre Benalla cujo vídeo fora divulgado, precisamente no diário Le Monde há uma semana, espancando manifestantes à margem dos protestos do Dia do trabalhador, a 1 de Maio, numa praça de Paris, tomou a palavra nesse vespertino.

O antigo colaborador do Eliseu, entretanto acusado pela justiça de actos de violência, admitiu ter cometido "uma grande asneira", mas descarta ter praticado um "delito".

Benalla alega ter querido ajudar a polícia perante a violência de um bando de jovens e por isso diz ter discordado da suspensão de quinze dias de que foi alvo, tendo-a porém aceitado.

Ele acabou por ter as suas operações restritas aos acontecimentos no Eliseu, a presidência francesa.

Este ex colaborador do presidente diz receber um ordenado de 6 000 euros líquidos mensais e lhe ter sido disponibilizado um apartamento de 80 m2.

Alexandre Benalla admite um "capricho" ao ter pedido um crachá de acesso à Assembleia nacional, a câmara baixa do parlamento, por gostar de ir ao ginásio do recinto.

Ele especificou ainda ter autorização para estar armado no quadro das suas funções, mas nunca ter tido as chaves da residência secundária do casal presidencial no Touquet, norte da França.

Benalla alega que a sua nomeação para o cargo suscitou muitos rancores por ele não ter passado pela prestigiosa Escola nacional da administração, nem ser sub governador civil e, ainda por cima, dizer as coisas com franqueza.

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