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França

Financiamento do terrorismo em debate em Paris

Os ministros de 80 países e cerca de 500 especialistas estão hoje reunidos em Paris numa conferência consagrada ao combate ao financiamento de grupos terroristas como o auto-proclamado Estado Islâmico e a Al-Qaeda.

Forças de Mobilização do Povo atacam posições do auto-proclamado Estado Islâmico no oeste de Mosul, 26 de Maio de 2017.
Forças de Mobilização do Povo atacam posições do auto-proclamado Estado Islâmico no oeste de Mosul, 26 de Maio de 2017. REUTERS
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Os ataques terroristas tornaram-se cada vez menos caros desde o ataque de 11 de Setembro de 2001 aos Estados Unidos, e em particular nos últimos anos, quando seguidores do grupo auto-proclamado Estado Islâmico (EI) usaram veículos e armas como principais meios de ataques.

As autoridades francesas continuam preocupadas com as reservas financeiras que o grupo terrorista acumulou entre 2014 e 2016, quando tomou controlo de grandes áreas territoriais ricas em petróleo no Iraque e na Síria.

Uma autoridade presidencial francesa informou a jornalistas esta terça-feira, 24 de Abril, que as receitas deste grupo extremista estavam estimadas em cerca em mil milhões de dólares por ano; "esses grupos são muito hábeis em usar técnicas sofisticadas para movimentar recursos financeiros", disse à agência noticiosa francesa, AFP, o funcionário que ocultou a sua identidade.

"O grupo do Estado Islâmico financia-se ao controlar territórios, sabemos que roubou o ouro de Mossul, que fez desvios em todas as actividades económicas locais: algodão, petróleo, bens culturais", afirmou Bruno Dalles, director do Tratamento da Informação e da Acção contra os Circuitos Financeiros Clandestinos (TRACFIN).

"Desde as suas derrotas militares, o grupo auto-proclamado EI voltou a esconder-se e regressou às suas fontes externas de microfinanças. Para isso usa fundos e tipo de bancos clandestino, com base na Turquia ou no Líbano. O problema é saber onde se encontram os próximos pontos de apoio financeiro", afirmou Bruno Dalles.

O Procurador da República Francesa, François Molins, afirmou que "devemos ter consciência de que não é muito caro organizar um ataque" e citou os ataques que tiraram a vida a 147 pessoas em Paris e nos subúrbios, em 2015; "os terroristas precisavam de 25.000 euros para os ataques de Janeiro de 2015 e 80.000 para os ataques de 13 de Novembro."

O Presidente francês Emmanuel Macron fará o discurso de encerramento desta conferência que tem em vista partilhar experiências e boas práticas que podem ser implementadas internacionalmente.

O grupo terrorista enfrenta uma derrota iminente no campo de batalha na Síria, mas especialistas alertam que a ideologia do grupo terrorista permanece viva. De acordo com Peter Neumann, do King's College, em Londres, a luta contra o financiamento de grupos terroristas tem sido ineficaz desde 2001.

O relatório publicado em 2017 intitulado "Não siga o dinheiro", argumenta que os ataques terroristas de baixo custo eram fáceis de montar e mostrou como os grupos jihadistas podem facilmente transferir dinheiro sem usar o sistema bancário internacional.

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