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França

Tunisiano Ahmed Hanachi foi o autor do duplo assassínio em Marselha

O cidadão tunisiano Ahmed Hanachi, de 29 anos, formalmente identificado graças ao seu ADN, foi o autor do ataque à facada, reivindicado pelo Daesh, que matou duas jovens em Marselha no passado domingo, gritando Allah Akbar e que foi abatido pela policia.

Flores e velas no local da estação de caminho de ferro de Marselha onde foram assassinadas domingo as duas jovens.
Flores e velas no local da estação de caminho de ferro de Marselha onde foram assassinadas domingo as duas jovens. REUTERS/Jean-Paul Pelissier
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Ahmed Hanachi residia esporádica e ilegalmente em França desde 2005 e foi detido sete vezes por pequenos delitos comuns, como roubo e uso de drogas duras, a última sexta-feira passada por roubo em Lyon, onde foi libertado no dia seguinte, de onde seguiu para Marselha.

Mas ele nunca foi condenado e os serviços antiterroristas franceses não o conheciam, tal como as cinco pessoas detidas desde ontem em Marselha, próximas do "soldado de Daesh" e alegado terrorista, que a polícia está a tentar saber lhe deram ou não apoio logístico.

O seu pai, um sexagenário residente em Laayoun, a 70 kms de Tunis, duvida que ele se tenha radicalizado, afirma que os jihadistas mentiram ao reivindicar o ataque, mas admite que ele pudesse estar drogado.

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Tunisiano Ahmed Hanachi, autor do duplo assassínio em Marselha

Também o seu tio o descreve como um rapaz que gostava da boa vida e que nada tinha a ver com Daesh, mesma versão tem o seu irmão Anouar de 29 anos, que afirma que nunca o ouviu dizer Allah Akbar.

Uma fonte de segurança afirmou no entanto sob anonimato que os dois irmãos eram extremistas.

O inquérito em curso está a tentar descobrir a origem de regulares transferências bancárias a favor de Ahmed Hanachi, designadamente dois mil euros alguns meses antes do duplo assassínio de domingo.

O certo é que começa hoje um inquérito destinado a elucidar as eventuais falhas, que permitiram que Ahmed Hanachi tenha escapado sete vezes à polícia francesa, quando era um cidadão estrangeiro a residir ilegalmente em França.

Outro dado interessante é que Ahmed Hanachi se casou em 2008 com uma italiana (da qual se separou há três anos) em Aprilia, Itália onde residiu entre Março de 2010 e 2015, tendo sido preso duas vezes por roubo e uso de drogas.

Ora, por esta cidade passou também em 2015 o também tunisiano Anis Amri, autor do ataque com um camião que matou doze transeuntes, quando abalrroou voluntariamente o mercado de Natal em Berlim em dezembro passado, tendo sido morto dias depois pela polícia perto de Milão.

Este ataque foi também reivindicado pelo auto-denominado Estado Islâmico, tal como o de Charleroi na Bélgica, quando o argelino Khaled Babouri matou à facada dois polícias, que também passou por Aprilia.

As polícias italiana e francesa estão também a cruzar dados, para tentar saber se Ahmed Hanichi e Anis amri se conheciam e poderiam aí ter concebido acções criminosas, mas também para saber se esta cidade de 70.000 habitantes situada a 40 kms a sul de Roma - que tem muitos trabalhadores agrícolas estrangeiros, sobretudo sikhs, mas também africanos e várias centenas de tunisianos - poderia ser uma base logística, um centro de radicalização, ou um centro de fabrico de falsos documentos.

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