Governo da França vai lutar contra assédio a mulheres nos transportes
Em plena Semana Internacional de luta contra o assédio na rua, o Alto Conselho francês para a Igualdade entre Homens e Mulheres divulgou, nesta quinta-feira (16), que 100% das mulheres no país já foram importunadas, seguidas ou agredidas em ônibus, metrôs, trens de periferia e VLTs (Veículos leves sobre trilhos). As autoridades prometem medidas.
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A conclusão do relatório encomendado pelo governo é sem ambiguidade: as 600 mulheres entrevistadas já passaram por maus momentos durante suas viagens nos transportes e têm relatos de alguma forma de assédio ou agressão sexual.
O assédio revelado está bem distante de um elogio ou de uma simples paquera, podendo conter comentários ofensivos, proximidade física e gestos obscenos.
Atraso da França
A França tem um grande atraso na questão em relação a outros países como Bélgica, Reino-Unido e Canadá, que vêm combatendo ativamente o problema.
Até hoje não há nenhuma estatística oficial ou um plano de medidas para punir o comportamento abusivo dos homens. Do lado das vítimas, falta uma real mobilização coletiva e ainda persiste um certo conformismo como, por exemplo, considerar os gestos e palavreados obcenos como "inevitáveis, infelizmente".
Mesmo assim, algumas associações tentam combater o problema, entre elas, as militantes do grupo Osez le féminisme e Take Back the Metro, que distribuem folhetos nos metrôs de Paris e outras cidades para denunciar as violências contra as mulheres.
Plano de ação
O relatório divulgado pelo Alto Conselho foi entregue ao secretário de Estado encarregado dos Direitos das Mulheres, Pascal Boistard, que lançou diversas propostas a serem integradas em um plano que engloba diversas propostas: campanha de sensibilização nacional, disque-denúncia com número impresso nas passagens dos transportes e formação dos agentes públicos para lidar com esse tipo de situação.
No Brasil, vagões em trens e metrôs exclusivos para mulheres recebem muitas críticas. O argumento é que a solução não é isolar, mas sim assumir que o espaço público também pertence ao sexo feminino.
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