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França/Terrorismo

Charlie Hebdo publica caricatura de Maomé na capa na 1ª edição pós-atentado

O jornal satírico francês Charlie Hebdo, alvo do ataque terrorista que deixou 12 mortos na semana passada em Paris, decidiu estampar uma caricatura do profeta Maomé na capa da primeira edição pós-atentado. O número chega às bancas nesta quarta-feira (14) com uma tiragem de 3 milhões de exemplares.

Capa da primeira edição pós-atentado do Charlie Hebdo
Capa da primeira edição pós-atentado do Charlie Hebdo RFI
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No desenho, Maomé aparece chorando e segurando um cartaz com o já clássico slogan "Je suis Charlie" (Eu sou Charlie), que foi adotado por pessoas do mundo inteiro em solidariedade às vítimas do atentado e em apoio à liberdade de expressão. Acima do profeta pode-se ler a frase: "Tout est pardonné" (Tudo está perdoado). A caricatura é de autoria de Luz.

A decisão é corajosa já que foram justamente as caricaturas de Maomé publicadas anteriormente pelo jornal que provocaram o ataque da semana passada, no qual morreram os famosos chargistas Cabu, Charb, Wolinski, Tignous e Honoré. A edição será publicada em 25 países, em 16 idiomas, e a versão eletrônica, traduzida ao inglês, ao espanhol e ao árabe.

Cara mais doce

"Não esperávamos isso. Esperávamos algo provocador. Essa é a cara mais doce do Charlie", afirmou Laurent Joffrin, diretor de publicação do jornal "Libération", que acolhe em seu edifício a equipe de sobreviventes do Charlie Hebdo.

O advogado do jornal, Richard Malka, disse em entrevista nesta tarde que Maomé e outras autoridades religiosas sempre foram retratadas pela publicação. "Há 22 anos, nunca houve um único número sem caricaturas do Papa, de Jesus, de padres, rabinos, imãs ou de Maomé", afirmou.

Polêmica no Egito

A capa já está provocando polêmica no mundo muçulmano. A principal autoridade islâmica do Egito, Shawqi Allam, disse que trata-se de uma "provocação injustificada ao sentimentos dos 1,5 bilhão de muçulmanos em todo o mundo".

Ele afirmou ainda que a caricatura causará uma nova onda de ódio na sociedade francesa e ocidental e que a publicação não serve para a coexistência e o diálogo entre civilizações.

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