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Memória

França inaugura monumento para celebrar os 96 anos do fim da Primeira Guerra Mundial

Para lembrar os 96 anos da assinatura do armistício que marcou o fim da Primeira Guerra Mundial, ocorrida em 11 de novembro de 1918, a França inaugura nesta terça-feira (11) um monumento no departamento de Pas-de-Calais, no norte do país. O Anel da Memória consiste em 500 placas de aço dispostas em círculo em um terreno de 2 hectares, com a inscrição dos nomes de 580 mil soldados em ordem alfabética – sem distinção de nacionalidade ou fronte de batalha.

Anel da Memória, em Pas-de-Calais, traz o nome de mais de 500 mil soldados.
Anel da Memória, em Pas-de-Calais, traz o nome de mais de 500 mil soldados. REUTERS/Pascal Rossignol
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Concebido pelo historiador Yves Le Maner e pelo arquiteto Philippe Prost, o monumento pretende evocar o sofrimento vivido pelos soldados de todos os lados do conflito, e não celebrar a vitória dos Aliados.

A guerra, que durou de 1914 a 1918, mobilizou 19 países e fez mais de 18 milhões de mortos, civis e militares. Entre os franceses, 300 mil civis perderam a vida, além 1,4 milhão de soldados. É justamente em homenagem Soldado Desconhecido que o presidente François Hollande irá na manhã de hoje à Avenida Champs-Elysées, sob o Arco do Triunfo, como parte das celebrações. Em seguida, ele se dirige ao norte para a inauguração do Anel da Memória.

Anel da Memória - Clique na foto para ver uma galeria em tamanho grande

Para o historiador Jean-Pierre Guéno, o Soldado Desconhecido é uma imagem que tem grande força para a Primeira Guerra Mundial devido a enorme quantidade de vítimas que jamais puderam ser identificadas entre os 1,5 milhão de poilus ("barbudos"), como são chamados os combatentes franceses do conflito. “Um terço dos que morreram nos campos de batalha jamais foi identificado. Uma família em cada três se reconhece na imagem do Soldado Desconhecido, um pai, um filho que eles nunca viram o corpo. É algo significativo”, explica Guéno.

Polêmica do Soldado Desconhecido

O historiador lembra que a construção do Monumento ao Soldado Desconhecido, em 1921, se tornou uma grande polêmica. A homenagem deveria ter sido erigida no Panthéon, edifício icônico de Paris nos arredores da Sorbonne. Mas os movimentos de extrema-direita, que tinham grande influência sobre os veteranos da guerra, consideravam o local “muito mal frequentado”, já que ali estão sepultados nomes libertários como o escritor Émile Zola ou o ex-primeiro-ministro Léon Gambetta.

Naquele 11 de novembro de 1918, às 5h15 da manhã, a cerca de 100 quilômetros ao norte de Paris, as forças alemãs assinam o armistício. A cerimônia aconteceu a bordo do vagão-escritório do Marechal Foch, comandante em chefe do fronte Oeste – mesmo lugar que Hitler escolherá, poucos anos depois, para que a França assine sua rendição após a ocupação na Segunda Guerra Mundial. Quatro horas depois, ao redor das 11h da manhã, o cessar-fogo é estabelecido no fronte.

Esta terça-feira, feriado na França, também marca o fim do ano de celebrações pelo centenário da Primeira Guerra Mundial.

 

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