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França/Iraque

Homenagem a francês decapitado pelo grupo Estado Islâmico reúne muçulmanos em Paris

Centenas de pessoas se reuniram em frente à Grande Mesquita de Paris nesta sexta-feira (26) para denunciar os atos de violência e terrorismo cometidos por jihadistas em nome do Islã. Em homenagem ao guia de montanha fancês Hervé Gourdel, assassinado por jihadistas na Argélia, na última quarta-feira, os participantes fizeram um minuto de silêncio. Em seguida, aos gritos de "Muçulmanos pela paz", a multidão aplaudiu e se emocionou diante dos discursos de pesonalidades religiosas e políticas.  

Homenagem feita pelos muçulmanos franceses a Hervé Goudel, assassinado pelo grupo Estado Islâmico nesta sexta-feira
Homenagem feita pelos muçulmanos franceses a Hervé Goudel, assassinado pelo grupo Estado Islâmico nesta sexta-feira AFP / Dominique FAGET
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Taíse Parente, em colaboração para a RFI

A sexta-feira é normalmente um dia de oração e paz para os muçulmanos, mas hoje também foi um dia de homenagens. "Estamos todos juntos e somos franceses antes de tudo", afirmou Adil Douard, que segurava uma placa com os dizeres Muçulmano = Tolerância, Partilha e Perdão. "Nós temos todos vontade de chorar hoje. Em meu nome não, é tudo que queremos dizer", disse Douard em alusão à hashtag "Not In My Name", uma campanha lançada essa semana nas redes sociais de muçulmanos contra a violência em nome da religião.

Durante a manifestação, diversos cartazes faziam menção à campanha. Outros diziam "não ao terrorismo" ou "Estado Islâmico não, Estado Desumano", e ainda, "Somos todos Franceses Sujos", em referência ao pedido feito na segunda-feira (22) pelo grupo Estado Islâmico aos muçulmanos. No vídeo divulgado pelo grupo, os jihadistas pedem que todos os franceses "cruéis e sujos" sejam mortos em represália aos ataques feitos no Iraque.

Bandeiras francesas a meio-mastro

Sob determinação do Presidente François Hollande, as bandeiras francesas estarão a meio-mastro de sexta à domingo, como forma de luto. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, presente na manifestação, também lamentou a morte de Gourdel e pediu união e fraternidade para vencer a luta contra o terrorismo.

"Viemos juntos dizer não, na diversidade de nossos credos, convicções e filiação política. Juntos, nós temos que levar a mensagem de que não temos medo porque o que fazemos juntos é muito mais forte do que a raiva que outros tentam nos impor. Nós não cederemos ao medo porque estamos aqui juntos", disse a prefeita sob uma salva de palmas.

Maioria das vítimas do terrorismo são muçulmanos, diz representante do Observatório Nacional contra a Islamofobia

Para Abdallah Zekri, presidente do Observatório Nacional contra a Islamofobia, é fundamental denunciar o ato cruel do grupo que assassinou Gourdel, mas lembrou que a maioria das vítimas do terrorismo no mundo são muçulmanas.

"Minha mensagem é simples, nós viemos aqui para denunciar um ato bárbaro. No entanto, nós esquecemos frequentemente que 90% das vítimas do terrorismo são muçulmanos. Minha segunda mensagem é que estou aqui como forma de solidariedade, mas, enquanto muçulmano francês, eu não vim me justificar ou pedir perdão a ninguém. Os muçulmanos da França não são responsáveis pelo ato cruel feito em nome do Islã. O Islã não é isso, é a tolerância, a paz e a fraternidade", explicou Zekri.

Uma outra manifestação contra o terrorismo, dessa vez organizada pela Coordenação dos Cristãos do Oriente em Perigo (Chredo, na sigla em francês), está prevista para este domingo em Paris.

 

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