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França/ imigração

Milhares de estudantes voltam às ruas contra expulsão de jovem

Pelo menos 4 mil estudantes protestaram hoje nas ruas de Paris contra a expulsão de uma estudante kosovar de 15 anos. No dia 9 de outubro, a jovem foi retirada de uma atividade escolar pela polícia de imigração e levada ao aeroporto de Lyon, onde era esperada pela família para embarcar de volta ao Kosovo, após repetidos pedidos de asilo na França serem negados pelas autoridades francesas.

Milhares de jovens fizeram uma passeata em Paris.
Milhares de jovens fizeram uma passeata em Paris. REUTERS/Gonzalo Fuentes
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O caso causou revolta de entidades de defesa dos direitos humanos, sindicatos e entidades estudantis, e acabou se transformando em um embaraço para o presidente socialista François Hollande. A esquerda francesa, inclusive membros do Partido Socialista e do governo, acusa o ministro do Interior, Manuel Valls, de comandar uma política de imigração semelhante à defendida pelos partidos de direita, na época do ex-presidente Nicolas Sakozy.

Nesta sexta, pelo segundo dia consecutivo, entre 4 mil estudantes, segundo a polícia, e 12 mil, conforme a União Nacional dos Estudantes do Ensino Médio (UNL, na sigla em francês), promoveram uma manifestação na capital francesa para pedir o retorno de Leonarda Dibrani e de outro estudante, Khatchik Kachatryan, um armeniano expulso de Paris no último sábado.

De acordo com o presidente da UNL, Yvan Dementhon, outros 10 mil alunos protestaram em várias outras cidades do país, como Marselha, Grenoble, Angers, La Rochelle e Avignon. Os manifestantes exibiam fotos dos dois estudantes símbolos da causa e pediam “vistos para todos”. “Nós somos todos filhos de imigrantes de 2ª ou 3ª geração”, diziam. As atividades em cerca de 170 escolas foram prejudicadas devido à mobilização, conforme líderes estudantis.

Ministro antecipa retorno

Neste sábado, o Ministério do Interior vai receber os resultados de uma investigação sobre as condições de expulsão de Dibrani, pedida para analisar a ocorrência de abusos. A jovem foi retirada de um ônibus escolar, enquanto se dirigia para uma atividade do colégio onde estudava, em Doubs, e embarcou em um carro da polícia rumo ao aeroporto de Lyon, onde pegou imediatamente um avião para o Kosovo, ao lado dos pais e dos cinco irmãos.

A polêmica em torno do caso fez o ministro Manuel Valls antecipar o a volta de uma viagem oficial que realizava às Antilhas. Ele alegou que a entrega do relatório sobre a expulsão era a razão para o retorno. “Eu estou ciente de todas as emoções e dos valores da República, que eu compartilho também”, declarou.

O presidente François Hollande ainda não se manifestou sobre o assunto, mas hoje sua mulher, Valérie Trierweiller, declarou em sua conta no Twitter que “não se deve ultrapassar certas fronteiras, e a porta da escola é uma”.

 

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