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França/Mali

Crescem críticas da oposição sobre intervenção francesa no Mali

A oposição francesa está preocupada com o isolamento do país na intervenção militar para libertar o norte do Mali de grupos radicais islâmicos. O líder do partido UMP, Jean-François Copé, lamentou hoje que o presidente François Hollande não tenha feito um giro internacional para discutir o apoio de outras potências antes de enviar as tropas francesas ao Mali. Para os críticos, a intervenção teria sido precipitada e mal planejada.

A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen.
A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen. REUTERS/Vincent Kessler
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No início da intervenção militar no Mali, há dez dias, a classe política francesa estava unida sobre a necessidade de interromper a progressão dos extremistas, mas vendo que nenhum vizinho europeu ou aliado ocidental se dispôs a enviar soldados ao "front" de guerra, as críticas ao presidente François Hollande pipocaram.

O isolamento da França nessa operação militar é um problema central, diz Jean-François Copé, da UMP, partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy. Outra personalidade carismática da direita, o ex-premiê e ex-chanceler Alain Juppé considera o engajamento francês "extremamente arriscado" e estima que o governo Hollande deve apressar os países africanos a assumir o papel de estabilizar o Mali. Ex-ministra de Sarkozy, a deputada Valérie Pécresse declarou ter certeza de que se fosse nos tempos do ex-presidente, "Sarkozy certamente teria reunido mais aliados para a intervenção militar".

A líder de extrema-direita Marine Le Pen, presidente do partido Frente Nacional (FN), acha que a França tem uma parcela de culpa no que está acontecendo atualmente no Mali. Segundo ela, o aumento da ação de grupos extremistas islâmicos nos países do oeste da África é diretamente ligado ao apoio da França aos rebeldes na Líbia e na Síria. "O Exército francês tenta consertar hoje no Mali as consequências de erros políticos e geoestratégicos maiores da parte de nossos dirigentes, tanto durante a presidência de Sarkozy como de Hollande", critica Le Pen. "Nosso apoio aos rebeldes na Líbia e na Síria acabou ajudando os extremistas a se armar, e agora temos de ir expulsá-los do norte do Mali", argumentou a líder de extrema-direita.

O eurodeputado verde Daniel Cohn-Bendit aponta o frágil engajamento dos vizinhos europeus, que se comprometeram a dar apenas apoio logístico às tropas francesas e africanas combatendo no Mali. "Os europeus dizem para a França: enviem seus soldados para morrer no Mali, nós enviamos as enfermeiras", declarou o deputado em tom irônico na semana passada. 

Oficialmente, a oposição francesa apoia a ação de François Hollande, mas nos corredores do parlamento as críticas são cada vez expressivas, principalmente porque os soldados franceses terão de ficar por muito tempo no Mali e sem garantia de se livrar dos extremistas.

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