Acesso ao principal conteúdo
França/Terrorismo

Ministros franceses aprovam projeto polêmico contra islamismo radical

Nesta quarta-feira, o Conselho de ministros da França aprovou um pacote de medidas para lutar contra o islamismo radical, proposto pelo presidente Nicolas Sarkozy. A iniciativa foi tomada depois dos sete assassinatos cometidos pelo jovem extremista Mohamed Merah, no mês passado, em Toulouse, no sudoeste do país. A oposição critica o pacote por seu caráter eleitoreiro e considera que as medidas podem prejudicar futuras investigações nos meios islâmicos.  

Jovens jihadistas islâmicos posam para foto em 12 de março, na Faixa de Gaza.
Jovens jihadistas islâmicos posam para foto em 12 de março, na Faixa de Gaza. REUTERS/Ahmed Zakot
Publicidade

O projeto de lei aprovado pelos ministros deverá ser submetido ao Parlamento apenas depois das eleições presidenciais, caso o chefe de Estado, Nicolas Sarkozy, seja reeleito. Atualmente, o Congresso está em recesso devido às eleições presidenciais.

O projeto prevê a sanção penal da consulta de sites extremistas, assim como viagens ao exterior para "doutrinamento" por islamitas radicais. Os atos terroristas e a apologia destes atos também serão considerados um delito penal.

Polêmica

O projeto de lei vem criando grande polêmica por parte da oposição, que o considera, em primeiro lugar, oportunista em plena campanha eleitoral.

A porta-voz socialista do governo, Valérie Pécresse, alega que se o projeto for adotado, pode originar um novo delito."Toda a pessoa que consultar habitualmente, e sem motivo legítimo, sites que provoquem ou façam apologia do terrorismo e que projetem imagens de atos de terrorismo, será punida. Isto é uma mudança maior, pois lembro que antes, para ser indiciada, uma pessoa deveria cometer uma infração de natureza terrorista sobre o território francês", alega Valérie Pécresse. O texto prevê que jornalistas e especialistas não serão penalizados.

Outro argumento da oposição é que uma das armas das autoridades para localizar e prender os islamitas radicais são, justamente, os sites na internet.

Os fatos

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou essas medidas algumas horas depois da morte, em 22 de março passado, de Mohamed Merah. O franco-argelino foi morto pela polícia depois da invasão de seu apartamento em Toulouse, no sudoeste, onde estava entricheirado.

O jovem reivindicou sua ligação com a rede terrorista Al-Qaeda. Ele matou sete pessoas - três militares, três alunos e um professor de uma escola judaica - causando uma verdadeira comoção na França e nos meios judaicos internacionais.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.