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Grécia/União Europeia

Tsipras está otimista com UE para 'solução viável' sobre dívida grega

Depois de se reunir na manhã desta quarta-feira (4) com o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, em Frankfurt, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse ter obtido garantias de que o BCE fará o necessário para apoiar todos os estados membros da zona do euro. O premiê Alexis Tsipras, que esteve na sede da Comissão Europeia em Bruxelas, mostrou-se otimista quanto a um acordo sobre a dívida grega que vá "satisfazer a todas as partes".

O premiê grego de extrema-esquerda, Alexis Tsipras, visitou hoje a sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, para discutir o futuro econômico da Grécia na zona do euro.
O premiê grego de extrema-esquerda, Alexis Tsipras, visitou hoje a sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, para discutir o futuro econômico da Grécia na zona do euro. REUTERS/Francois Lenoir
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Os novos dirigentes da Grécia continuam o giro diplomático europeu para convencer os parceiros do bloco a reduzir a dívida grega, que chegou à soma colossal de € 322 bilhões. Alexis Tsipras disse que seu governo respeita as regras da União Europeia e não tem a intenção de "destruir" o que está estabelecido. Porém, para atender a "necessidades soberanas dos gregos", ele defende algumas "correções" nas relações do bloco com a Grécia.

Depois de se reunir com o executivo europeu, Tsipras declarou estar otimista que "uma solução viável para todas as partes será encontrada". O jovem político grego lembrou que a história da União Europeia é marcada por desavenças, mas no final sempre foi possível chegar a um compromisso.

O presidente da Comissão Europeia também está aberto ao diálogo, mas avisou que não será possível "mudar tudo na Europa". Juncker reconhece que a estrutura criada para supervisionar os programas de austeridade na Grécia falhou e deve ser substituída por um mecanismo mais democrático. As missões da troika (FMI, União Europeia e BCE) em Atenas criaram um sentimento de ódio e humilhação entre os gregos, que não admitem mais essa tutela externa. Tsipras advertiu que foi eleito para defender os gregos e não aceitará novas ingerências da troika.

Hollande condiciona apoio

Depois de Bruxelas, Tsipras será recebido ainda hoje em Paris pelo presidente François Hollande. O encontro deve durar uma hora e será seguido de uma declaração à imprensa.

Tsipras e Hollande têm um inimigo comum: a austeridade fiscal, um freio ao crescimento. Nem por isso o presidente francês aceitaria um perdão da dívida grega. Uma reestruturação com novos prazos e taxas de juros é negociável, mas cancelar os € 42 bilhões que a Grécia deve à França está fora de cogitação. Um perdão dessa ordem custaria € 1.200 euros a cada contribuinte francês, o que teria um custo político inaceitável para Hollande.

Ontem, durante a visita de Tsipras a Roma, o premiê italiano, Matteo Renzi, deu apoio à renegociação e a uma mudança de política econômica na Europa. Renzi acredita que as condições estejam reunidas e que "é preciso substituir o medo e as incertezas pela coesão social e o crescimento na zona do euro". O mundo pede à Europa "para investir no crescimento e não na austeridade", enfatizou o líder italiano.

"Déficit nunca mais"

Enquanto Tsipras dialogava em Bruxelas, o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, levou ao presidente do BCE a proposta de troca de títulos da dívida pública grega por obrigações menos onerosas aos cofres de Atenas. O reembolso de uma parte dos bônus seria indexado ao crescimento da Grécia e outra parte transformada em títulos perpétuos.

O banco Lazard, contratado pelas novas autoridades gregas para dar assessoria nas negociações, quer reduzir a dívida a um patamar de 120% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, um montante considerado viável, enquanto a relação atual de 175% do PIB seria insustentável.

Conhecendo a resistência dos contribuintes alemães a pagar por 30 anos de desmandos do poder público na Grécia, Varoufakis prometeu, em uma entrevista publicada pelo jornal Die Zeit, realizar reformas estruturais no país e "nunca mais apresentar um orçamento deficitário".

Ao final do encontro com o presidente do BCE, Varoufakis afirmou não ter dúvidas de que a Grécia conseguirá fechar em breve um acordo com os credores de forma a desbloquear a economia grega.

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