Europa vai construir o sexto modelo do icônico foguete Ariane
Ainda sob o efeito da bem sucedida missão da sonda espacial Rosetta, os países europeus que compõem o projeto espacial do continente firmaram um acordo, nesta terça-feira (2), para construir o sexto modelo do seu principal foguete, o Ariane. O lançador de satélites estará em operação em 2020, quando aposentará o atual Ariane 5, desenvolvido em 1987. O investimento inclui a construção de uma nova área de lançamento na base espacial da Guiana Francesa.
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Os foguetes da série Ariane, lançados há 35 anos a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa, se tornaram a vedete da Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês), dominando atualmente mais de 50% do mercado comercial de lançamento de satélites. A decisão dos países europeus de levar adiante o projeto foi considerada histórica pela ministra francesa do Ensino Superior e Pesquisa, Geneviève Fioraso, que ressaltou também a importância do Ariane para a indústria e para a geração de empregos no continente.
Reunidos em Luxemburgo, os ministros europeus dos 20 países membros da ESA - aos quais se somou o Canadá - se comprometeram a cumprir um orçamento global para seus foguetes lançadores de € 8 bilhões em 10 anos. A metade deste valor será destinada ao Ariane 6. O montante inclui a construção da nova plataforma de lançamento.
Ariane ameaçado pelo Falcon
A França entrará com 52% do valor, seguida pela Alemanha, que será responsável por 22% do financiamento do projeto. O ministro alemão Brigitte Zypries também disse que seu país está satisfeito com o acordo, porque ele seria bom para a geração de empregos na indústria.
O projeto Ariane já teve várias versões. O atual, Ariane 5, projetado em 1987 e lançado desde 1996, teve um começo difícil, mas hoje é considerado um sucesso, contando 62 lançamentos bem sucedidos em sequência.
A decisão de lançar o modelo 6 do foguete também surge para enfrentar um setor de grande concorrência. Apesar de ter conquistado uma grande fatia do mercado, o Ariane é seguido de perto pelo modelo Falcon, da empresa americana SpaceX, que pratica uma política de preços bastante agressiva, além de novos concorrentes asiáticos.
Modulável em duas versões – uma leve com dois propulsores e outra pesada com quatro -, Ariane 6 será adaptado para as necessidades institucionais, como satélites científicos e sondas espaciais, mas também aos vôos comerciais, para lançar satélites de telecomunicação ou de televisão. O preço por lançamento do Ariane 6, levando dois satélites por vez, ficará ao redor de € 90 milhões, considerando as condições atuais do mercado.
Os ministros reunidos que firmaram o acordo do novo foguete também se manifestaram pela continuação da participação européia na Estação Espacial Internacional até 2020, se comprometendo a investir € 800 milhões.
VIDEO: Entenda como são construídos os foguetes europeus.
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