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Portugal/Crise

Presidente português rejeita acordo da coalizão e agrava crise política

A crise política portuguesa se agravou nesta quinta-feira depois que o presidente Aníbal Cavaco Silva rejeitou um acordo da coalizão de centro-direita. O presidente português indicou que deseja um compromisso político mais amplo no país incluindo conservadores e socialistas. O chefe de Estado defendeu a realização de eleições legislativas antecipadas em 2014, o que foi recebido pelos críticos como uma "bomba-relógio".

O presidente português, Aníbal Cavaco Silva.
O presidente português, Aníbal Cavaco Silva. REUTERS/Rafael Marchante
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Cavaco Silva propôs um acordo entre a atual coalizão conservadora e a oposição socialista, a fim de garantir amplo apoio às medidas de austeridade exigidas por credores internacionais, e a posterior realização de eleições.

Com esta decisão, o presidente português deixou transparecer que nenhum partido tem condições de governar efetivamente o país até o término da vigência do resgate financeiro concedido pela troika de credores (União Europeia, Banco central Europeu e FMI), em junho de 2014.

Os mercados financeiros reagiram mal à proposta e a bolsa de Lisboa registra fortes oscilações nesta quinta-feira. Asfixiado pelas medidas de austeridade exigidas pela troika, Portugal mergulhou na sua pior crise econômica desde a década de 1970.

Em editorial, o jornal Público disse que Cavaco Silva acrescentou outro problema além daquele que já existia, e com isso decidiu tomar o poder. Pela Constituição portuguesa, o presidente tem poderes para dissolver o parlamento e convocar eleições.

Cavaco Silva disse que a coalizão de centro-direita permanecerá à frente do governo, mas rejeitou uma reforma ministerial proposta pelo partido governista PSD e por seu aliado minoritário, o CDS-PP.

Na semana passada, o líder do CDS-PP, Paulo Portas, pediu demissão do cargo de chanceler, ameaçando a continuidade do governo. Mas no fim de semana o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho se reuniu com Portas e prometeu promovê-lo a vice-primeiro-ministro com amplos poderes sobre a política econômica, o que eliminou o risco imediato de queda da coalizão.

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