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Portugal/Crise

Parlamento português vota plano de austeridade em dia de protesto

Protestos em Portugal contra o mais rigoroso pacote de austeridade do governo têm a participação de hackers e das Forças Armadas. O orçamento para o ano que vem será votado nesta quarta-feira no Parlamento. Estão previstos cortes nos gastos com saúde, segurança e educação, além de redução de salários e privatizações.

Manifestação em frente ao Parlamento de Lisboa na semana passada.
Manifestação em frente ao Parlamento de Lisboa na semana passada. REUTERS/Rafael Marchante
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Os protestos contra o orçamento de Portugal de 2012 vão desde associações de profissionais das Forças Armadas, que prometem uma vigília para hoje, até um grupo de hackers, que ontem tirou do ar o site do Parlamento português.

O novo pacote de medidas de austeridade proposto pelo governo para evitar a recessão deve entrar para a história como o mais duro que o país já conheceu.

Para os funcionários públicos, a conta ficará alta. Haverá demissões e o valor da hora extra cairá pela metade. Para quem recebe mais de 1.100 euros, o décimo-terceiro e o salário de férias serão suspensos pelos próximos dois anos.

No setor privado, a dúvida é se a proposta de acrescentar meia hora de trabalho diária à jornada dos portugueses vai para frente, sem compensação salarial.

Água mineral e entrada para jogos de futebol também terão mais impostos

Do aumento de impostos, ninguém escapará. O tributo sobre mercadorias e serviços, por exemplo, vai subir até na água mineral e nos jogos de futebol. Para comer em um restaurante, a população paga atualmente 13% de imposto e no ano que vem, passará a pagar 23%.

Haverá cortes nos gastos com a saúde, a segurança e a educação; redução nos investimentos; e privatizações de empresas, como a companhia aérea TAP.

As medidas tem como objetivo equilibrar as contas públicas, para obter a confiança dos mercados e para que o Fundo Monetário Internacional e a União Europeia continuem depositando as parcelas da ajuda financeira de 78 bilhões de euros.

Mas a austeridade tem seu preço. Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, Portugal vai entrar na pior recessão dos últimos trinta anos. A economia deve recuar mais de 3% no ano que vem. E o desemprego, que está em 12%, vai bater nos 14%.

Colaboração de Mauro Tagliaferri, de Lisboa, para a RFI

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