UE investigará responsabilidade de países em naufrágios africanos
A Assembleia Parlamentar do Conselho Europeu lançou hoje uma investigação para verificar a eventual responsabilidade dos Estados-membros na morte de cerca de mil imigrantes, que se afogaram enquanto tentavam chegar à costa européia no mar Mediterrâneo após o início das revoltas populares contra os regimes autoritários africanos.
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“Tenho a intenção de ver como os barcos foram interceptados, ou não, pela agência Frontex, que gerencia a fiscalização das fronteiras externas da União Européia, ou até por navios militares”, afirmou a senadora européia holandesa Tineke Strik, do partido ecologista Greenleft (Esquerda Verde), encarregada de coordenar a apuração.
As revoltas árabes na Tunísia e no Egito, seguidas da guerra civil na Líbia, provocaram o êxodo de 35 mil africanos, que fugiram dos seus países em embarcações precárias. Diversas delas afundaram antes que chegassem à ilha italiana de Lampedusa, o ponto mais ao sul da Europa.
Em 8 de maio, uma reportagem do jornal britânico The Guardian afirmou que 62 imigrantes morreram de fome e sede em um barco que ficou à deriva por 16 dias, sem que os pedidos de socorro emitidos provocassem qualquer reação dos navios militares que cruzaram a região naquele período. Na época, a França e a Otan, que eram apontadas como donas das embarcações envolvidas e que ignoraram os apelos, negaram envolvimento no caso.
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