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Economia/ G20

Para Mantega, “câmbio não é instrumento de controle da inflação”

O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje em Moscou que o Brasil não vai apreciar o real diante do dólar para controlar a ameaça da inflação. O ministro participa da reunião ministerial do G20.

Ministro da Fazenda, Guido Mantega, acha que a taxa de juros é o melhor mecanismo para controlar a inflação.
Ministro da Fazenda, Guido Mantega, acha que a taxa de juros é o melhor mecanismo para controlar a inflação. REUTERS/Ueslei Marcelino
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Para Mantega, “o câmbio não é um instrumento de controle da inflação”. “O instrumento é taxa de juros”, disse o ministro, para jornalistas. Ele criticou as políticas de valorização das moedas por alguns países, adotada como uma das estratégias para combater a crise. Com essas manobras internacionais, Brasil perde em competitividade, uma vez que o real acaba se valorizando além do que o governo gostaria.

O tema da “guerra cambial” ganhou destaque nesta reunião do G20, que se encerra amanhã e conta com a presença dos ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos 20 países que compõem o grupo. Um rascunho do documento final do encontro, divulgado pela agência Reuters, indica que os ministros devem concordar sobre a necessidade de evitar uma volatilidade excessiva dos mercados de câmbio e de evitar uma desvalorização das moedas para ganhar competitividade.

Em entrevista para a RFI, o economista Paulo Nogueira Batista, diretor-executivo pelo Brasil e mais 10 países no FMI, comentou que, em tempos de crise, “os países se sentem tentados a exportar parte dos seus problemas para os outros através da depreciação cambial”, em uma política econômica marcada pelo “nacionalismo monetário”.

“Um papel que o G20 poderia, em tese, ter seria tentar amenizar um pouco essas políticas nacionais divergentes. Resta saber se o foro mais importante de cooperação que nós temos poderá trazer estes nacionalismos monetários em torno da mesa e discutir uma solução que seja minimamente cooperativa”, declarou.

No projeto de documento final divulgado na imprensa, os ministros devem ainda se comprometer a elaborar políticas orçamentárias a médio prazo, levando em consideração as dificuldades econômicas persistentes de alguns países a curto prazo. O texto também não menciona objetivos orçamentários, uma vitória dos Estados Unidos, que defendem que o ritmo dos acertos nas contas públicas estava elevado demais até o momento, comprometendo os investimentos. A Alemanha, a Comissão Europeia e o Banco Central europeu, ao contrário, avaliam que o processo está lento e pode ser o foco das incertezas persistentes na economia.
 

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