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Mídia/Televisão

Príncipe saudita lança canal de televisão para concorrer com redes internacionais

O bilionário príncipe saudita Al-Walid ben Talal lançou neste domingo (1) a televisão Al-Arab. O canal de informação 24 horas tem a ambição de destronar as redes árabes Al-Jazeera e Al-Arabiya.

Redação do novo canal de televisão em árabe Al-Arab.
Redação do novo canal de televisão em árabe Al-Arab. Linkedin
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O novo canal de televisão lançado neste domingo pertence ao príncipe Al-Walid Bem, neto de Ibn Saud, fundador do reino da Arábia Saudita, e sobrinho do rei Abdallah, morto no final do mês passado. O canal concorrente Al-Arabiya também pertence a um membro da família real saudita, mas a nova Al-Arab é sediada no Bahrein.

Com cerca de 300 profissionais em 30 países, o desafio da nova rede é o de cumprir a sua promessa de ser “independente e imparcial”, como defende o diretor-geral Jamal Khashoggi. Em comunicado para a imprensa, a rede afirma que “a linha editorial da Al-Arab foi desenvolvida para informar por meio de uma abordagem criativa e pioneira”. No primeiro dia de difusão, o canal deu destaque para o assassinado do jornalista japonês Kenji Goto pelo grupo Estado Islâmico, o caos político no Iêmen e a onda de violência no Egito.

Em sua crônica semanal para a RFI, Amaury de Rochegonde, especialista em mídia da revista “Stratégies”, avalia que o canal faz um grande esforço para dar um tom “moderno e liberal. (...) Prova disso é o acordo assinado com a agência Bloomberg que vai ajudar a fornecer cinco horas de informação econômica por dia”.

O especialista pondera ainda que o sucesso da Al-Jazeera, fundada em 1996, continua a alimentar as ambições das elites árabes do Golfo. “É provável que o formidável sucesso da Al-Jazeera, que tirou o Catar do seu isolamento e deu influência mundial, continue a inspirar”.

Liberdade de imprensa é punida na Arábia Saudita

A Arábia Saudita, país de origem do proprietário do novo canal, é ultraconservadora. Recentemente, o jornalista e blogueiro Raif Badawi, colaborador do site Liberal Saudi Network, foi condenado a 10 anos de prisão e a mil chibatadas distribuídas em 20 semanas por “insulto ao Islã”. A primeira sessão da pena foi aplicada no dia 9 de janeiro deste ano. O blogueiro foi castigado em público em frente a uma mesquita.

Depois de grande pressão internacional, as sessões de chibatadas no blogueiro Raif Badawi foram adiadas. Neste domingo, as autoridades sauditas também anunciaram que a militante Souad al-Shammari, co-fundadora do blog de Badawi, foi libertada após passar três meses na prisão.

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