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Museu/França

Hollande inaugura nova sede do Louvre na região mais pobre da França

O presidente François Hollande inaugurou nesta terça-feira uma nova sede do museu do Louvre em Lens, cidade de 35 mil habitantes na região mais pobre da França. A nova instituição cultural leva para essa antiga zona de mineração no norte do país, duramente atingida pelo fechamento de indústrias, algumas das obras-primas do Louvre de Paris.

O presidente francês, François Hollande e a ministra da Cultura da França, Aurélie Filippetti, posam diante do quadro de Delacroix na inauguração do Louvre-Lens.
O presidente francês, François Hollande e a ministra da Cultura da França, Aurélie Filippetti, posam diante do quadro de Delacroix na inauguração do Louvre-Lens. REUTERS/Michel Spingle
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A cidade de Lens, que fica a uma hora de Paris em trem de alta velocidade e a 40 km de Lille e da Bélgica, conta com esse museu para impulsionar seu renascimento econômico. Mais de meio milhão de visitantes por ano são esperados nesse longo edifício de vidro que contrasta com os tijolos vermelhos da cidade, mais conhecida até agora por seu passado de mineração e por sua paixão pelo futebol.

Acompanhado da ministra da Cultura, Aurélie Filippetti, o chefe de Estado disse ver nesse projeto um exemplo de descentralização bem-sucedida e de valorização de um território por meio da cultura.

A ideia de transferir uma parte do Louvre para Lens foi lançada em 2004 pelo ex-presidente Jacques Chirac. Hollande elogiou a decisão do ex-presidente e de todos os ex-ministros da Cultura que levaram adiante o projeto.

A maior parte dos antigos ministros da Cultura, com exceção de Frédéric Mitterrand, estavam presentes, assim como dois ex-primeiros-ministros, Lionel Jospin e Pierre Mauroy, e a prefeita de Lille, Martine Aubry.

"A primeira exposição temporária é dedicada ao Renascimento, e nós esperamos um renascimento da economia da região Norte-Pas-de-Calais", disse ela, que até recentemente liderava o Partido Socialista.

Efetivamente, toda a região espera um aumento da atividade econômica e turística graças ao Louvre-Lens, como aconteceu com Bilbao, na Espanha, após a construção do museu Guggenheim com um projeto audacioso assinado por Franck Gehry.

Em seu discurso o presidente insistiu no aspecto democrático da cultura. O museu será "um dos instrumentos de desenvolvimento econômico dessa região", avaliou, lembrando que a cultura representa 2% do produto interno bruto da França.

Uma obra-prima do Louvre, "A Liberdade Guiando o Povo", de Eugène Delacroix, será exposta durante um ano em Lens. François Hollande disse enxergar nesse quadro um símbolo da luta dos operários. Eles estavam representados na cerimônia de inauguração por um grupo de mineiros da região em uniforme de trabalho. 

Arquitetura

Os arquitetos japoneses da agência Sanna planejaram o novo museu inspirados no tema do espelho. O espaço de 28 mil metros quadrados, dos quais sete mil dedicados às exposições, é cercado por um jardim que ainda está sendo cultivado.

O carro-chefe da instituição é a Galeria do Tempo, um imenso espaço abrigando cerca de 200 obras que vão de 3.500 AC até o final do século 19, retraçando o Louvre em toda a sua amplitude cronológica e geográfica em um só espaço. Essa galeria será modificada a cada cinco anos.

Grandes exposições temporárias também estão no programa. A primeira será sobre o Renascimento e tem como principal destaque o quadro "Santa Ana", de Leonardo da Vinci.

O museu custou mais de € 150 milhões e estará aberto ao público a partir do dia 12. A entrada da Galeria do Tempo será gratuita durante o primeiro ano.

Clique na foto abaixo para ver mais imagens do Louvre-Lens.

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