Supermercados suspendem venda de carne vinda de deflorestamento na Amazônia
Para evitar a comercialização de carne bovina proveniente de áreas desmatadas da Amazônia, os supermercados brasileiros assinaram um termo de compromisso com o Ministério Público Federal (MPF) nesta segunda-feira (25). O acordo, firmado com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), tem como principal objetivo evitar a compra de carnes vindas de áreas que são desmatadas na Amazônia ou provenientes de fazendas com irregularidades sociais, como o uso de mão-de-obra escrava, por exemplo.
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País com maior rebanho comercial bovino do mundo, cerca de 200 milhões de cabeças de gado, o Brasil é também o maior exportador de carne do planeta. Mas o preço a se pagar por tantos superlativos é caro: o impacto na Amazônia brasileira. Segundo o Greenpeace, a atividade pecuária é a maior causa de desmatamento da região, correspondendo a 62% do total derrubado.
Márcio Miller, vice-presidente de relações institucionais da Abras, explicou como vai funcionar a patrulha com o Ministério Público Federal e contou porque é importante para os supermercados rastrearem a origem da carne bovina. "Queremos garantir aos consumidores que a carne vendida nos supermercados é de boa procedência e não corrobora com o desmatamento da Amazônia, além de orientarmos para que façam a rastreabiliade dessa carne", explicou.
A ONG ambientalista Greenpeace aplaudiu a iniciativa e acredita que seja um primeiro passo para que a carne consumida pelos brasileiros não contribua com o desmatamento da Amazônia. Contudo, Rômulo Batista, da Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil, diz que é importante dar mais garantias sobre a origem da carne. "A gente acha que algumas informações devem ser dadas ao publico que vai consumir essa carne, com a implantação de um sistema de rastreabilidade onde é possível saber todo o percurso da carne bovina, da fazenda ao frigorífico, mostrando que é uma criação livre de desmatamento e de trabalho escravo", ponderou.
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