Discotecas de Santa Maria reabrem após um mês de luto oficial
Essa quarta-feira, 27 de fevereiro, marca um mês do incêndio da boate Kiss, tragédia que causou a morte de 239 pessoas e deixou outras dezenas feridas em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Diante do acidente, que teve repercussão internacional, as autoridades da cidade decretaram o fechamento de todas as danceterias para fiscalização durante um prazo de 30 dias. Em entrevista exclusiva à RFI o prefeito da cidade gaúcha Cezar Schirmer comenta como a população vive o fim do luto oficial e quais medidas de segurança estão sendo discutidas para evitar novos episódios similares.
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A tragédia de Santa Maria trouxe à tona a questão da segurança nas danceterias e várias casas noturnas brasileiras chegaram a reduzir a capacidade de lotação para se enquadrar nas normas impostas pelas prefeituras. No caso da cidade gaúcha, todas as discotecas e locais que promoviam shows ao vivo foram fechados durante um mês para fiscalização, um prazo que termina nessa quarta-feira, mesmo dia do fim do luto oficial declarado pela prefeitura. Em entrevista à RFI, o prefeito da cidade Cezar Schirmer explicou que a medida foi tomada para que a documentação de todos os estabelecimentos fosse verificada. “A partir de hoje aqueles que estão com seus documentos em dia podem começar a reabrir”, disse ele.
Entrevista com Cezar Schirmer, prefeito de Santa Maria
Mas o incêndio também pode ter repercussões no resto do país. “Estamos discutindo a possível elaboração de uma legislação unificadora dessas questões, pois o que existe hoje relativo à prevenção e proteção contra incêndio são leis estaduais, já que o corpo de bombeiros no Brasil é administrado pelos Estados”, relatou o prefeito. Segundo ele, a revisão dos instrumentos de fiscalização em vigor no âmbito nacional também está sendo debatida.
Questionado sobre a possível ação movida pela Defensoria Pública do Rio Grande do Sul contra o município por uma responsabilidade parcial no acidente, Schirmer lembrou que o inquérito policial ainda não foi concluído, e que a prefeitura tem feito tudo para responder às questões da justiça, além de colocar todos os servidores públicos convocados à disposição da polícia. “Nós queremos que se aprofunde com seriedade e responsabilidade todas as investigações. Isso é o mínimo que se espera de uma tragédia com essa dimensão”, finalizou.
Um mês após o incêndio que matou 239 pessoas e deixou dezenas de feridos, 22 vítimas continuam hospitalizadas, três delas em unidades de terapia intensiva, respirando com a ajuda de aparelhos.
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