Autoridades angolanas encerram mesquitas em tempo de Ramadão
Apesar do início domingo do Ramadão, o mês sagrado do Islão que se prolonga até 4 de junho, o encerramento de mesquitas nas provincias do Zaire, Uige, Cabinda e Lundas Norte e Sul, obrigou muitos muçulmanos de Angola a irem para a vizinha RDC. Em Angola há cerca de 25 mil fiéis e onde 39 mesquitas foram encerradas, denuncia a ausência de liberdade de culto na região.
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Muçulmanos Angolanos nas Lundas atravessam a fronteira para jejuarem o Ramadão na vizinha RDC, República Democrática do Congo, porque impedidos de o fazerem em território angolano pelas autoridades angolanas.
No mundo islâmico começou o ramadão na este domingo e em Angola, os fiéis de Maomé iniciam o primeiro dia de jejum com Mesquitas fechadas facto que levam angolanos a realizar orações na vizinha RDC.
Perto de 25 mil fiéis muçulmanos, na província angolana da Lunda Norte começaram a deixar o país, desde sexta-feira para poderem jejuar neste mês do Ramadão, que globalmente, começa hoje na maioria dos países do Islão.
Desde a operação resgate de 27 de novembro a 25 de dezembro de 2018, as autoridades angolanas encerramento menos 39 mesquitas, em Angola.
Aly António Muhalia, secretário regional do Islão na Lunda, declarou ao nosso correspondente, em Luanda, Daniel Frederico, ser uma violação da liberdade do culto muçulmano.
Aly António Muhalia, responsável muçulmano na Lunda Norte
"É uma violação da nossa liberdade de culto e, deste modo, não teremos outra opção a não ser emigrarmos para a RDCongo para realizarmos as nossas orações, porque as autoridades estão insensíveis às nossas solicitações".
"Infelizmente estão encerradas no total 39 mesquitas, Não estamos a rezar e estamos impedidos de fazer os cultos, quem sabe fazer o tarawih (a oração da noite em comunhão com a leitura em voz alta do Alcorão), devem fazer apenas duas pessoas, porque se forem 5 ou mais , e se a segurança de estado nos encontre, é prisão".
De notar que a religião islâmica ainda não é reconhecida pelas autoridades angolanas, mas noutras províncias angolanas, como na capital do país, as atividades dos muçulmanos "decorrem na normalidade" mas nas provincias como Cabinda, Zaire, Uíge e Lunda Norte, continua com restrições.
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