Polícia angolana prende activistas e impede marcha em Cabinda
Autoridades policiais angolanas, impediram a marcha que estava prevista para hoje no enclave de Cabinda, para assinalar os 134 anos do Tratado de Simulambuco. A polícia angolana, prendeu nos últimos dias duas dezenas de activistas e os próprios dirigentes do Movimento Independentista de Cabinda, organizador da marcha. O Movimento queria marchar pela independência e autodeterminação de Cabinda.
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Hoje, 1 de fevereiro, devia ser um dia marcha, no enclave de Cabinda, em Angola, para assinalar os 134 anos do Tratado de Simulambuco, mas forças policiais angolanas prenderam antecipadamente os organizadores e activistas impedindo assim as pessoas de exercerem o seu direito de manifestação.
O Movimento Independentista de Cabinda-MIC, formulou, atempadamente, junto das autoridades locais e ao próprio Presidente angolano, João Lourenço, pedido de autorização para realizar a marcha de hoje, mas a resposta foi diferente.
A polícia angolana em vez de dar luz verde à marcha, lançou uma operação de prisão dos dirigentes e activistas do MIC, nos dias 28 e 29 de janeiro, e fez toda uma campanha para dissuadir as pessoas a participar em qualquer marcha.
Segundo diferentes fontes foram presas duas dezenas de activistas e dirigentes, nomeadamente, o Presidente do MIC, Maurício Bufita Baza Gimbi e o seu vice, António Marcos Soqui.
Para além de comemorar mais um aniversário do Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 entre Portugal e o pequeno reino N'Goyo, colocando Cabinda sob protectorado português, a marcha devia exigir a independência do enclave.
Uma auto-determinação que os sucessivos movimentos de Cabinda, têm vindo a reclamar ao poder central de Luanda, mas que até hoje, nunca surtiu efeito, tanto mais, que o direito internacional da ONU, reconhece a soberania de Angola sob a província angolana de Cabinda.
Para Francisco Luemba, advogado e activista dos direitos cívicos, em prol de Cabinda, a polícia angolana impediu a marcha, prendeu os dirigentes do MIC e nada mudou localmente em matéria dos direitos humanos desde a chegada ao poder, em Luanda, do presidente angolano, João Lourenço.
Francisco Luemba, advogado e activista cívico em Cabinda
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