Angola: Julgamento do caso "burla tailandesa" arranca amanhã
O Tribunal Supremo vai dar início esta quinta-feira, 17 de Janeiro, ao julgamento do chamado "caso da burla tailandesa”, que envolve o ex - Secretário para a informação do MPLA, Partido no Poder, Norberto Garcia, e mais de uma dezena de cidadãos nacionais e estrangeiros, acusadas de tentar burlar o Estado em cerca de 50 mil milhões de dólares.
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A confirmação foi feita à margem de uma conferência de imprensa realizada em Luanda, esta terça - feira, pela Procuradora-geral adjunta da República junto da Câmara Criminal do Tribunal Supremo.
O processo termina com o julgamento já à porta e já foram todos notificados para o dia 17, e não deve ser ao nível da mídia em reacção à suposta confirmação da veracidade do cheque por um banco das Filipinas , divulgadas pela imprensa angolana.
Para Maria Tereza Manuela, procuradora geral adjunta, a situação carcerária dos 11 arguidos vai-se manter até ao desfecho do processo. Os envolvidos mantêm-se na situação em que foram entregues à PGR, reafirmou.
Maria Teresa Manuela, confirma ainda estar tudo a postos para o arranque do julgamento.
Oiça aqui as suas declarações, recolhidas por Daniel Frederico, um dos nossos correspondentes em Luanda:
Maria Tereza Manuela, Procuradora - geral adjunta
O caso envolve Norberto Garcia, que se encontra em prisão domiciliária, mas estão também indiciados o General José Arsénio Manuel, e quatro cidadãos tailandeses que respondem pela prática dos crimes de associação criminosa, fabrico e falsificação de títulos de crédito, falsificação de documentos e uso de documentos falsos, por crime de burla, por defraudação na forma frustrada, promoção e auxílio à imigração ilegal e tráfico de influência.
O juíz Lourenço José, porta - voz do colectivo de Juizes do referido caso , disse que tudo está a postos para amanhã, na câmara criminal do Tribunal "arrancar o julgamento, os documentos da confirmação do cheque divulgado pela imprensa constam no processo".
Dos oito arguidos que se encontram em prisão preventiva, quatro são tailandeses, Raveeroj Ritchchoteanan, 50 anos, e considerado o mentor da tentativa de burla, Monthita Pribwai, Manin Wantchanon, e Theera Buanpen, bem como André Louis Roy, canadiano de 65 anos, e Million Isaac Haile, eritreu, bem como dois nacionais. Tratam-se dos arguidos Celeste de Brito António e Christian Albano de Lemos, ambos angolanos, para além dos que estão em prisão domiciliária como o caso de Ernesto Manuel Norberto Garcia, 51 anos, ex-director da Unidade Técnica para o Investimento Privado (UTIP) e antigo secretário para a Informação MPLA, partido no poder, e José Arsénio Manuel, general das FAA, 62 anos.
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