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Angola

Filomeno dos Santos “já devia estar em prisão preventiva há mais tempo”

Rafael Marques, defende que José Filomeno dos Santos e Jean-Claude Bastos de Morais “já deviam estar sob prisão preventiva há mais tempo”, por actos contínuos “de criminalidade e conspiração para roubar o Estado angolano”.

José Filomeno dos Santos, filho do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos
José Filomeno dos Santos, filho do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos facebook.com/pg/Fundo-Soberano-de-Angola-FSDEA
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Rafael Marques, activista angolano, defende que a detenção preventiva de José Filomeno dos Santos, filho do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos, “é uma decisão que apenas peca por ser tardia”, e acrescenta que José Filomeno dos Santos e Jean-Claude Bastos de Morais “já deviam estar sob prisão preventiva há mais tempo”, por actos contínuos “de criminalidade e conspiração para roubar o Estado angolano”.

O Ministério Público angolano decretou, esta segunda-feira, a prisão preventiva de José Filomeno dos Santos e de Jean-Claude Bastos de Morais, empresário suíço-angolano, sócio do filho do ex-presidente de Angola. Ambos detidos pelo alegado envolvimento numa transferência ilícita de 500 milhões de dólares em prol de uma agência em Londres do banco Crédit Suisse.

“Tem havido a continuação dos crimes por parte de José Filomeno dos Santos e de Jean-Claude Bastos de Morais pela forma como procederam à assinatura dos contratos sob a gestão do dinheiro do Fundo Soberano, em que praticamente mantém os fundos cativos por 10 a 15 anos”, afirma Rafael Marques.

Para o director do site Maka Angola, “são figuras altamente perigosas pela forma como têm estado a saquear o país, que durante muitos anos contaram com o apoio e protecção total de José Eduardo dos Santos e devem aguardar julgamento na cadeia”.

O activista sublinha que no país “a corrupção é endémica, é institucional”, todavia “a detenção de José Filomeno dos Santos é um passo importante para se acabar com a cultura de impunidade no seio da administração do Estado e ao nível da elite angolana”

Questionado sobre a popularidade desta decisão judicial, numa altura em que se assinala o primeiro aniversário de João Lourenço na Presidência de Angola, Rafael Marques reitera que “popular ou não é uma medida que se impõe. (…) Há uma decisão política para que a justiça se faça sentir? Há. (…) Durante muitos anos não se fez justiça porque José Eduardo dos Santos não queria. Este presidente que tem os mesmos poderes imperiais de José Eduardo dos Santos decidiu que a justiça deve fazer o seu trabalho e que só peca por ser tardia. Os indivíduos que saquearam o país têm de ir para a cadeia. O que é que há de populismo nisso? É o que se precisa, que haja justiça efectiva”.

03:55

Rafael Marques

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