Angola: Greve paralisa transportadora TURA
Mais de 400 trabalhadores da empresa de Transporte Urbano e Rural de Angola (TURA) estão em greve desde segunda-feira para exigir o pagamento de quatro meses de salários em atraso e denunciam os métodos da direcção na gestão da crise.
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Mais de 400 trabalhadores da empresa de Transporte Urbano e Rural de Angola (TURA) cumpriram mais um dia de greve para exigir o pagamento de quatro meses de salários em atraso. E dizem-se agastados com o patrão que foge ao diálogo e que os aconselha a irem rezar na igreja para que Deus faça milagres para verem a cor do seu dinheiro.
Autocarros parados, portões fechados, centenas de trabalhadores concentrados e cartazes com frases como "queremos o nosso dinheiro, quatro meses sem salário é muito", "estamos em greve". Era este o cenário que observou a RFI na capital angolana, dia em que os funcionários da TURA cumpriram mais um dia de greve.
A paralisação começou no dia 12. Os trabalhadores decretaram depois greve geral face ao silêncio do Conselho da Administração da transportadora, TURA, que negou dar quaisquer explicações à RFI.
Além dos salários em atraso, os grevistas também exigem "a garantia de pagamento de continuidade e pontualidade, conforme manda a lei".
De acordo com o movimento sindical, "durante estes últimos meses sem salário, uma dezena de trabalhadores separaram-se das suas famílias, e outras morreram por não ter dinheiro para assistência médica, enquanto quem vive na casa de renda e com filhos nos colégios privados, tem sérias dificuldades para enfrentar a situação e pedem. Para se encontrar uma solução para o problema", segundo o coordenador Keita do sindicato que diz estar aberto ao diálogo: "Obedecemos apenas aos limites que a própria lei impõe".
António Cristóvão, técnico de radiadores, diz sentir se muito aflito, "estou a 5 meses com renda de casa em atraso, e estão a tirar-me de casa, tenho filhos a serem expulsos da escola", lamentou.
Ouça a reportagem de Daniel Frederico em Luanda.
Reportagem de Daniel Frederico
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