Presidente de Angola viaja para França
O Presidente da República de Angola, João Lourenço, viajou esta manhã rumo a Paris, a convite do seu homologo francês Emmanuel Macron, para uma visita oficial de 3 dias cujo objectivo é reforçar a cooperação bilateral, esta sendo a sua primeira visita oficial num país europeu desde que assumiu a presidência do seu país.
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De acordo com a agenda oficial, no âmbito da visita do Presidente Angolano a França, está prevista a assinatura de vários acordos de cooperação, designadamente nos sectores da defesa, agricultura e formação de quadros, a tónica sendo também convencer empresários franceses a participar na diversificação económica que Angola tenciona implementar. Nesta visita, João Lourenço pretende igualmente abordar com o seu homólogo francês o possível estabelecimento de relações estratégicas entre os dois países que já colaboram de forma estreita no domínio do petróleo.
Esta visita de João Lourenço a França não deixa igualmente de revestir um cariz simbólico, dadas as relações por vezes conturbadas que os dois países mantiveram nestes últimos anos ensombrados pelo mediático processo do "Angolagate", o caso de tráfico ilícito de armas para Angola em que os nomes de figuras políticas de ambos os países foram citados. Mais pormenores com Avelino Miguel.
Avelino Miguel, correspondente da RFI em Angola
Esta visita que suscita muitas expectativas em Luanda não deixa igualmente de ser observada atentamente em Kinshasa. Soube-se ontem que os representantes de França, Angola e Ruanda no Congo Democrático foram convocados pelo chefe da diplomacia congolesa para um pedido de explicações na sequência de declarações do Presidente francês que afirmou acerca da RDC "apoiar a iniciativa do chefe de Estado ruandês actualmente presidente da União Africana em ligação estreita com o Presidente angolano" na passada Quarta-feira, dia em que se avistou longamente em Paris com o seu homólogo ruandês.
Kinshasa diz desconhecer de que iniciativa se trata, fontes diplomáticas congolesas não escondendo um certo nervosismo perante as visitas consecutivas a Paris na semana passada do Presidente do Ruanda e a partir desta Segunda-feira do Presidente de Angola, numa altura em que faltam apenas seis meses para as presidenciais na RDC. A organização deste escrutínio tem estado envolta em incertezas, com a oposição a acusar o presidente Kabila de querer utilizar estratagemas no intuito de permanecer no poder, um clima que tem colocado os países da região de sobreaviso.
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