Angola: sociedade civil e oposição aplaudem fim bicefalia
Em Angola face à anunciada transição na cúpula do MPLA a sociedade civil espera que o Presidente João Lourenço cumpra as promessas eleitorais e a oposição aplaude o fim da bicefalia política, mas aguarda para ver se haverà mudanças.
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O bureau político do MPLA, partido no poder desde a independência, anunciou esta sexta-feira (27/04) a realização na primeira quinzena de Setembro de um congresso extraordinário e aprovou a candidatura de João Lourenço seu vice-presidente, para suceder a José Eduardo dos Santos, na presidência do MPLA, decisões que deverão ser ainda ratificadas em Maio pelo comité central do partido.
Avelino Miguel, correspondente em Luanda
Em 2016 o ainda então Presidente José Eduardo dos Santos anunciou que em 2018 deixaria a vida política activa e a 16 de Março deste ano perante o comité central, anunciou a realização do congresso extraordinário em Dezembro ou Abril de 2019, data que foi antecipada por cedência a pressões internas, vindas entre outros de antigos companheiros da luta de libertação.
Caso por exemplo de Lopo do Nascimento que questionou a bicefalia política afrimando que "dois galos não cabem no mesmo poleiro".
Para os partidos da oposição que seguem com expectativa a transição no seio do MPLA a saída de José Eduardo dos Santos vai pôr fim à bicefalia política e permitir uma melhor clarificação do pensamento político do Presidente João Lourenço em relação à governação do país.
O porta-voz da UNITA Alcides Sakala manifestou-se céptico e prefere esperar para acreditar nesta saída, que considera um assunto interno do MPLA.
Para Manuel Fernandes vice-presidente da CASA-CE a verificar-se tal será uma mudança na continuidade, pois o seu partido defende que o Presidente da República o seja de todos os angolanos e que outra pessoa diriga os destinos do MPLA.
A sociedade civil por sua vez aplaude a partida de José Eduardo dos Santos e aguarda que o Presidente João Lourenço cumpra as suas promessas eleitorais, em termos de combate à corrupção, à impunidade, à pobreza e espera boa governação para melhorar as condições de vida dos angolanos.
José Eduardo dos Santos, com 75 anos de idade e que assumiu a liderança do MPLA em 1979 após a morte do seu líder histórico Agostinho Neto, vai deixar a vida política activa com baixos indices de popularidade.
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