Angola, seis meses de bicefalia
João Lourenço é presidente de Angola há seis meses. Meio ano marcado pelo afastamento do clã Dos Santos das cadeiras de poder em Angola.
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O antigo ministro da Defesa que pegou num país atingido por uma crise económica sem precedentes prometeu lutar contra a corrupção e abrir o espaço democrático.
O dia em que João Lourenço assumiu a chefia do Estado angolano, 26 de Setembro de 2017, foi igualmente o dia em que José Eduardo dos Santos deixou o poder depois de quase quatro décadas na liderança de Angola. José Eduardo dos Santos deixou a presidência do país, mas conservou a presidência do MPLA, partido no poder há 42 anos.
Desde essa altura que a realidade política angolana ganhou uma nova designação: bicefalia, a tensão entre o presidente do país e o presidente do MPLA.
Seis semanas depois da sua tomada de posse, João Lourenço exonerou Isabel dos Santos da liderança da Sonangol. Um a um, o novo presidente angolano afastou de postos estratégicos os filhos de José Eduardo dos Santos, além disso, João Lourenço não respeitou a interdição de mudar as chefias dos serviços de segurança imposta pelo seu antecessor. Inclusive, a 12 de Março de 2018, Fernando Garcia Miala foi nomeado chefe do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado. Miala tinha sido afastado por José Eduardo dos Santos sob acusação de tentativa de golpe de Estado e condenado a quatro anos de prisão por insubordinação.
João de Melo, ministro da Comunicação Social de Angola, faz um balanço positivo e surpreendente pela abertura do presidente João Lourenço nestes primeiros seis meses à frente do país.
João de Melo, ministro da Comunicação Social de Angola
Para André Mendes de Carvalho, (General “Miau”), vice-presidente da CASA-CE, terceira força política angolana, João Lourenço herdou uma situação deveras complicada.
André Mendes de Carvalho, vice-presidente da CASA-CE
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