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Angola

UNITA pede investigação ao Fundo Soberano de Angola

A UNITA, principal força da oposição no país, vai pedir nos próximos dias a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para exigir o esclarecimento do estado do Fundo Soberano de Angola. Adalberto da Costa Júnior, líder parlamentar da UNITA, acredita que a melhor forma de se obter um esclarecimento é através da utilização das instituições adequadas, como é o caso da Assembleia Nacional.

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Nos próximos dias, a UNITA vai dar entrada com um pedido de criação de uma comissão parlamentar de inquérito para exigir o esclarecimento sobre o estado do Fundo Soberano de Angola.

Adalberto da Costa Júnior, líder parlamentar da UNITA, acredita que a melhor forma de se obter um esclarecimento é através da utilização das instituições adequadas, como é o caso da Assembleia Nacional.

"A direcção do partido tornou público que o grupo parlamentar fará a apresentação, no prazo máximo de 8 a 10 dias, da entrada formal na Assembleia do pedido de uma comissão parlamentar de inquérito… para exigir o esclarecimento sobre o estado do Fundo Soberano de Angola”, referiu.

Adalberto da Costa Júnior refere que o Fundo Soberano de Angola nunca apresentou relatórios económicos que permitissem uma avaliação rigorosa sobre a gestão que estava a ser feita. "Têm vindo a público, quando pressionados, para fazer extensas indicações de conteúdos, mas nunca fundamentadas através de contas auditadas com o rigor que deveriam fazê-lo", acrescentou.

O responsável da UNITA lembra que ao longo dos últimos anos têm sido vários os exemplos da gestão duvidosa do Fundo Soberano que, no seu entender, justificam o afastamento de José Filomeno dos Santos. "Há muito tempo que nós temos vindo acumular informações de que o Fundo Soberano estava a passar por bancos que são da propriedade do administrador principal. Só este pormenor já tinha sido significativo para que lhe fosse retirada a confiança", afirmou.

Adalberto da Costa Júnior lamenta o factodas autoridades "não terem querido abrir os olhos e fazer a real defesa dos interesses da nossa própria soberania".

No mandato anterior, sucessivos pedidos da UNITA para constituição de comissões parlamentares de inquérito foram travadas pela maioria parlamentar do MPLA.

O líder parlamentar da UNITA acredita que esta comissão parlamentar de inquérito será extremamente interessante para ver qual será a postura do actual MPLA. “É comum hoje dizer-se que se mudou o paradigma e que a actual liderança política do país está a abraçar uma intenção de maior transparência e de maior rigor. Se assim for, nós teremos no decurso deste pedido, uma demonstração clara de que tipo de posicionamento definitivo temos do MPLA. Se for efectivamente um posicionamento com uma perspectiva futura de transparência, a comissão parlamentar de inquérito será aplaudida e apoiada por todos", declarou.

Ontem, o activista angolano, Rafael Marques, disse que as revelações dos Paradise Papers "demonstram como é que José Filomeno dos Santos tem estado a usar os 5 mil milhões de dólares do povo angolano para enriquecimento ilícito". Por essa razão, Rafael Marques defende que a exoneração do presidente do Fundo Soberano de Angola deve ser "imediata".

Na semana passada, a administração do Fundo Soberano de Angola garantiu que todas as operações que realiza são feitas de "forma legítima" e ao abrigo dos "mais altos padrões regulatórios".

Em causa está a mais recente fuga de informação sobre a mega indústria dos paraísos fiscais que expõe as relações opacas entre o Fundo Soberano de Angola, dirigido pelo filho do ex-presidente José Eduardo dos Santos, e a empresa suíça de Jean-Claude Bastos, Quan­tum Global.

02:25

Adalberto da Costa Júnior, líder parlamentar da UNITA

 

 

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