Seis angolanos acusados de vassalagem a Daesh
Seis angolanos acusados de organização terrorista e de terem jurado "fidelidade e obediência" ao auto-proclamado Estado Islâmico.
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Seis arguidos com idades compreendidas entre os 23 e 39 anos, foram detidos a 2 de Dezembro (entretanto uma senhora foi libertada) e acusados a 26 de Abril pelo Ministério Público de terem criado em 2015 em Angola o "grupo muçulmano radical Street Da Was, formado por cidadãos angolanos convertidos os Islão, com o objectivo de divulgação do islamismo nas ruas, usando a sigla Islamya Angola, que publicava e disseminava entre os seus membros, através das redes sociais, matérias e temas de cariz radical".
Sebastião Assurreira, advogado da defesa
Segundo a acusação os arguidos prestaram vassalagem a Abou Bakr al Bagdadi, líder do Daesh e nas suas residências foram apreendidos computadores e 106 livros entre os quais "38 são de carácter político, com elevadas tendências radicais e subversivas".
Cinco dos arguidos encontram-se em prisão preventiva, a defesa apresentou um pedido de habeas corpus por excesso de prisão preventiva e ainda não obteve resposta, mas estas acusações são passíveis de penas entre três e quinze anos de prisão.
Sebastião Assurreira, ligado à associação de defesa de direitos humanos Mãos Livres, um dos advogados de defesa dos arguidos, considera que este "é mais um processo político, igual ao dos 37 [ex militares alegadamente da UNITA acusados de tentativa de golpe militar] e dos 15+2 activistas [acusados de rebelião e associação de malfeitores].
O advogado afirma também que "é um caso de perseguição religiosa e política, não existem elementos de prova e eles não juraram fidelidade nenhuma porque ninguém os recrutou, se [o Ministério Público] tivesse coragem o único crime...é a sua conversão à religião islâmica...não existe Estado Islâmico Angola, isto tudo é uma invenção, a única coisa que eles faziam era estudar artigos do brasileiro preso por ter uma posição radical quanto ao Estado Islâmico, foram comentando e discutindo essas ideias no facebook".
Trata-se do cidadão Isaac Pinheiro dos Santos, preso há 11 meses no Brasil e acusado de ligação ao Estado Islâmico e de integrar uma célula terrorista que preparava um atentado durante os Jogos Olímpicos de 2016 mas até à data nada foi ainda provado.
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