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ANGOLA

Angola: aplicação para supervisionar eleições gerais

 "Zuela" é o nome da aplicação lançada pela Friend's Angola e impulsionada por Domingos da Cruz, professor universitário e um dos 16 activistas que tinham sido presos em 2015. Apresentada hoje em Luanda, o objectivo da aplicação é o de monitorar o processo eleitoral em Angola através da participação dos cidadãos.

"Zuela" é o nome da aplicação lançada pela Friend's Angola e impulsionada por Domingos da Cruz, professor universitário e um dos 16 activistas que tinham sido presos em 2015.
"Zuela" é o nome da aplicação lançada pela Friend's Angola e impulsionada por Domingos da Cruz, professor universitário e um dos 16 activistas que tinham sido presos em 2015. RFI
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 "Zuela", em kimbundo, quer dizer "fala". É este o intuito da nova aplicação, lançada hoje em Luanda. Pelas palavras de Domingo da Cruz, um dos principais impulsionadores do projecto, o propósito do dispositivo é o de fazer com que "os cidadãos possam falar e manifestar o seu ponto de vista sobre o processo eleitoral". 

A aplicação, que já está disponível na Internet e nos smartphones, funciona através do envio de vídeos, imagens ou sons da parte dos internautas. Um filtro foi também previsto para evitar que sejam enviados conteúdos falsos ou sem ligação relativamente às eleições gerais angolanas. 

Domingos da Cruz afirma nomeadamente que o "aplicativo tem a ferramenta que permite analisar a data em que as fotografias foram tiradas e, consoante, colocar imediatamente de lado". 

Ainda que o aplicativo tenha sido criado sobretudo tendo em mente as eleições, este poderá ter um âmbito mais largo. "O aplicativo pode monitorar os direitos humanos, a política, a corrupção e a segurança público", segundo Domingos da Cruz.

O activista revela também que o aplicativo não quer reforçar a democracia, "tendo em conta que Angola não é uma democracia". Servirá, consequentemente, "para sair de um regime autoritário para a democracia". 

Confira aqui a entrevista com Domingos da Cruz acerca da aplicação "Zuela"

03:27

Domingos da Cruz, filósofo e activista

De realçar que o investigador e filósofo, Domingos da Cruz, é considerado o mentor do grupo que ficou conhecido como "15+2".

Os activistas foram acusados em 2015 de "tentativa de golpe de estado", "associação de malfeitores" e "rebelião", por estarem a ler o livro "Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura - filosofia política da Libertação de Angola", uma adaptação de Domingos da Cruz das ideias do filósofo americano Gene Sharp.

Na nota de introdução ao livro, Domingos da Cruz, afirmava nomeadamente que os "democratas pacíficos deverão cultivar uma ética de libertação onde a paciência, a inteligência e o planeamento são fundamentais para ir destruindo a ditadura paulatinamente e, no momento exacto, levar a cabo um movimento de grandes massas populares". 

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