Angola: Lançamento do Movimento Handeka
O Movimento cívico Handeka tem lançamento em Angola a cinco meses da data provável das eleições, agendadas para Agosto. Trata-se de um colectivo de personalidades incluindo o antigo primeiro-ministro Marcolino Moco ou o activista Luaty Beirão.
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Marcolino Moco, ex primeiro-ministro e antigo secretário executivo da CPLP, Comunidade dos países de língua portuguesa, em entrevista à rfi, alega que este colectivo pretende "contribuir para a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Como diz a ciência política constituir-se num instrumento de pressão pacífica para combater a ineficácia da governação, o problema da corrupção e, sobretudo, os aspectos negativos que devido a esta desgovernação incidem sobre as populações".
Este antigo governante é uma das personalidades de um leque que incluem figuras como o advogado Luís Nascimento ou o músico luso-angolano Luaty Beirão.
Este último surge como coordenador do movimento, ele que por ser um dos 17 activistas críticos do regime de Luanda chegou a cumprir pena em Angola.
Marcolino Moco denuncia, neste contexto, ter estado a ser alvo de uma "campanha de intolerância no sentido de que mais velhos se possam juntar a arruaceiros: vão perder o prestígio !".
Este alega que não são demais as associações porque ainda há muito espaço para a criação de estruturas deste género "viradas para a intensificação da cultura jurídica positiva das populações o que reforça exactamente o processo de paz".
Numa "carta à nação" o colectivo escreve ser "... urgente encontrar uma saída à altura dos desafios que Angola enfrenta. Acreditamos que é chegada a hora de promover a criação de uma plataforma social alargada, capaz de congregar os interesses de todas as franjas marginalizadas e excluídas do pleno exercício da cidadania".
Angola deve ir a eleições em Agosto: o MPLA, partido no poder, tem como cabeça de lista João Lourenço, ministro da defesa. Em caso de vitória ele sucederia, de forma inédita, a José Eduardo dos Santos, presidente desde 1979 que embora mantendo a presidência do partido deixará a chefia do Estado.
Ouça aqui, numa entrevista de Neidy Ribeiro, o sentido desta iniciativa por Marcolino Moco.
Marcolino Moco, ex primeiro-ministro angolano
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