Acesso ao principal conteúdo
Argentina/Greve

Quarta greve geral contra Kirchner tem forte adesão na Argentina

Nenhum voo entra ou sai do país. Nenhuma atividade nos portos. Nenhum trem circula. Nenhum posto de gasolina está aberto. A quarta greve geral contra o governo da presidente Cristina Kirchner tem uma particularidade: ela nasceu e foi convocada por esses sindicatos. E, sem transporte, o país parou nesta terça-feira (31).  

Greve geral paralisa a Argentina nesta terça-feira, 31 de março de 2015.
Greve geral paralisa a Argentina nesta terça-feira, 31 de março de 2015. REUTERS/Enrique Marcarian
Publicidade

Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Longe do frenesi habitual, a capital argentina é um deserto. Para completar, organizações sociais de esquerda bloqueiam as vias de acesso a Buenos Aires para impedir que qualquer um entre na cidade para trabalhar. Antes da meia-noite, enquanto os motoristas faziam longas filas para abastecerem, diversos cartazes eram colados nos muros da cidade: "Maldito Imposto ao Trabalho" exibem as letras garrafais.

Uma alteração no piso salarial a partir do qual se paga imposto de renda é a principal reivindicação. Para que um trabalhador receba em torno de 35% de aumento salarial, os sindicatos precisam conseguir cerca de 50% de aumento. A diferença é absorvida pelo imposto de renda. Num país em recessão, esse nível de reajuste salarial é praticamente impossível. E 35% de aumento pode parecer muito, mas apenas cobre a inflação anual. Sem uma alteração, a perda do poder de compra é inevitável e uma piora na recessão promete destruir postos de trabalho.

Apoio à paralisação é unânime

Há tanta unanimidade em torno do assunto na Argentina que, mesmo num país em que as Centrais Sindicais estão divididas a favor ou contra o governo. Aquelas que são a favor tiveram de liberar os seus sindicatos a aderirem à greve. Com isso, além dos transportes, parte dos professores, parte dos funcionários públicos e os bancos também participam do movimento.

O governo avisa que não pretende atender a reivindicação porque apenas 10% dos assalariados pagam imposto de renda. Mas os sindicalistas já planejam uma nova greve daqui a um mês. Desta vez, por 36 horas.

 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.