Argelinos voltam a sair às ruas
Terceira sexta-feira de manifestações na Argélia contra a candidatura a um quinto mandato do presidente Abdelaziz Bouteflika. O chefe de Estado, hospitalizado em Genebra, alertou para o risco de caos numa mensagem publicada pela agência oficial. Um aviso que não convenceu os argelinos a ficar em casa.
Publicado a:
No centro de Argel, capital argelina, a maioria dos comércios fecharam esta sexta-feira. Nas ruas vê-se um importante dispositivo de segurança com vários carros anti-motim e um helicóptero sobrevoa a capital.
Desde o fim da manhã, centenas de pessoas juntaram-se na praça Grand Poste d'Alger e no centro da cidade capital. Homens, mulheres e crianças levantam bandeiras, mas também flores.
Na praça 1 de Maio, o ponto de partida da manifestação, encontrava-se uma maré de gente. A entrada em Argel estava completamente bloqueada por engarrafamentos. Saïd Salhi, vice-presidente da Liga argelina para os direitos humanos, descreveu um ambiente festivo. Nas redes sociais, as palavras de ordem é pacífico.
Há imagens a circular nas redes sociais que confirmam a maré humana. Uma manifestação difícil de evacuar com inúmeras bandeiras argelinas e cartazes onde de lê "Não", não a um quinto mandato de Abdelaziz Bouteflika. Este cenário é igual em Guelma, Constantina, Bourmerdès, Tiaret ou ainda Tizi-Ouzou. Em todas estas cidades, os cidadãos desceram em massa para se manifestarem nas ruas.
O que Bouteflika diz que vai fazer neste quinto mandato foi o que ficou por fazer no quarto mandato lembra Raúl Braga Pires, especialista em assuntos do Norte de África.
Investigador português, Raúl Braga Pires
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro