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África

Madagáscar : um ajuste de contas na segunda volta presidencial

Os eleitores de Madagáscar foram esta quarta-feira chamados às urnas para a segunda volta das eleições presidenciais. Um escrutínio com sabor a ajuste de contas entre dois antigos chefes de Estado, Marc Ravalomanana e Andry Rajoelina, determinados a recuperar o poder.

Debate televisivo com os dois candidatos às eleições presidenciais Andrey Rajoelina e Marc Ravalomanana
Debate televisivo com os dois candidatos às eleições presidenciais Andrey Rajoelina e Marc Ravalomanana Mamyrael / AFP
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As 25.000 mesas de voto abriram às 6H00 locais à espera da participação de 10 milhões de eleitores.

A primeira volta presidencial ficou marcada pela abstenção. Um figurino que voltou a repetir-se esta quarta-feira como descreve o Padre Rodrigues Diniz, radicado nos arredores de Antananarivo.

A rivalidade entre os dois candidatos e antigos Presidentes intensificou-se nos últimos meses, o que provocou o medo de uma nova onda de tensão pós-eleitoral num país que registou várias crises desde sua independência da França, em 1960.

Durante o segundo debate na televisão, no domingo passado, Marc Ravalomanana advertiu sobre o risco de fraude eleitoral África; "há bilhetes de identidade falsos e títulos eleitorais falsos a circular. Se o ministério do Interior não fizer nada, teremos sérios problemas", disse o candidato.

"Isto não vai funcionar se começarmos a contestar os resultados de uma eleição que ainda não aconteceu", respondeu Andry Rajoelina.

Com acusações recíprocas de corrupção e de incompetência, Marc Ravalomanana e Andry Rajoelina enfrentaram-se numa campanha eleitoral marcada por rancores pessoais e pela convulsão política deste país durante as últimas duas décadas.

Depois da sua eleição em 2002, Marc Ravalomanana viu-se obrigado a deixar o cargo, sete anos depois, por causa de uma onda de manifestações que contava com o apoio de Andry Rajoelina.

O então Presidente da Câmara da capital, Antananarivo, Andry Rajoelina foi eleito pelo Exército para presidir o país durante um período de transição.

Na eleição presidencial de 2013, proibiu-se a ambos adversários de apresentarem candidaturas, devido a um acordo rubricado para pôr fim à sucessão de crise que afecta esta ilha do Índico, no sudeste da África.

Cinco anos depois, voltam-se a enfrentar para resolver uma disputa política. Com 39,23% dos votos, Rajoelina, de 44 anos, foi o candidato mais votado em 7 de Novembro na primeira volta, enquanto Ravalomanana, de 69, obteve 35,35% dos votos.

O presidente em final de mandato, Hery Rajaonarimampianina, ficou para trás, com 8,82% dos votos.

Este duelo levado até ao extremo acabou por deixar, em segundo plano, a realidade de um país mergulhado em problemas: pobreza, corrupção e insegurança.

Com 25 milhões de habitantes, Madagáscar é o único país africano que, sem ter conhecido a guerra, vive numa extrema pobreza desde a sua independência. Três quartos da população vivem com menos de dois euros por dia, segundo o Banco Mundial.

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