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África

Camarões regista incidentes nas eleições presidenciais

Os separatistas das regiões anglófonas nos Camarões cumpriram com as ameaças de perturbar, neste domingo, a eleição presidencial na qual o Presidente Paul Biya, de 85 anos, é favorito.

Mesas de voto para as eleições presidenciais nos Camarões.
Mesas de voto para as eleições presidenciais nos Camarões. REUTERS/Zohra Bensemra
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Uma só volta, mas inúmeras interrogações este domingo nos Camarões onde a população é chamada a escolher um Presidente. As mesas de voto abriram esta manhã e os eleitores escolhem entre oito candidatos, entre eles o Presidente Paul Biya, no poder há 36 anos.

As autoridades garantem que medidas foram tomadas para garantir que escrutínio decorra em toda a segurança, nomeadamente nas regiões anglófonas.

Três homens armados, supostos separatistas, foram abatidos em Bamenda, na região anglófona do noroeste do país, depois de uma troca de tiros com a polícia.

Esta manhã, na mesma cidade, foi incendiada uma mesa de voto por homens armados, segundo testemunhas.

Em Buea, no sudoeste do país, outra região anglófona, foram ouvidos tiros por jornalistas da Agência noticiosa France-Presse. Os disparos foram dirigidos contra um veículo do jornal governamental Cameroon Tribune e contra o do vice-presidente da Câmara Municipal de Buea, mas não fizeram feridos.

Os separatistas ameaçaram impedir que as eleições decorram num espírito sereno nestas regiões.

Para tentar garantir a segurança do acto eleitoral, o exército foi enviado para três das 10 regiões do país: o extremo norte, onde lutam os extremistas do Boko Haram, e as duas regiões anglófonas do noroeste e do sudoeste, onde separatistas armados reivindicam a independência.

Contudo, as autoridades camaronesas mostraram-se tranquilas: "as eleições vão acontecer em todo o território", garantiu o ministro da Administração Territorial em meados de Setembro.

O conflito contra os combatentes separatistas não pára de se agravar desde o início da crise, no fim de 2016, quando as reivindicações corporativistas anglófonas deram lugar a manifestações e muitas detenções.

Esta crise latente transformou-se pouco a pouco num violento conflito armado entre as tropas de elite das forças de segurança camaronesas e os separatistas cada vez mais numerosos.

Como em 2011, parece difícil imaginar outra vitória que não a de Paul Biya, que foi eleito com 77,8% dos votos. Os observadores apontaram "muitas irregularidades" durante as eleições.

Os candidatos da oposição, a Igreja Católica e alguns actores da sociedade civil anunciaram o envio de observadores eleitorais para garantir que não haja fraude.

Nos Camarões, existe apenas 10% da população activa com emprego formal, um terço dos habitantes vive com menos de 2,30 dólares por dia e 75% da população não conhece outro presidente além de Biya.

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