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RDC / Direitos Humanos

FIDH acusa forças congolesas de planear massacres

A Federação Internacional dos Direitos Humanos, FIDH, acusou hoje as forças de segurança congolesas e uma milícia apoiada pelo exército de terem planeado massacres contra uma etnia do Kasai, no centro do país, o que segundo esta entidade poderia constituir um "crime contra a Humanidade".

As violências no Kasai causaram cerca de 4000 mortos de acordo com a igreja católica.
As violências no Kasai causaram cerca de 4000 mortos de acordo com a igreja católica. AFP
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No seu relatório publicado hoje, a Federação Internacional dos Direitos Humanos alude aos acontecimentos vigentes nas províncias do Kasai desde Setembro de 2016, altura em que um chefe tradicional, Kamuina Nsapu, foi morto durante um assalto das forças de segurança ao qual responderam as milícias desse chefe. De acordo com a igreja católica, os confrontos daí resultantes causaram cerca de 4000 mortos, a ONU falando por seu turno em 1,4 milhões de deslocados assim como na existência de 87 valas comuns.

Segundo a Federação Internacional dos Direitos Humanos, após a morte de Kamuina Nsapu, elementos das suas milícias perpetraram graves exacções, nomeadamente execuções sumárias. Depois, as forças de segurança responderam com represálias contra essas milícias mas igualmente contra civis. De acordo com a federação, a partir de Março, reuniões foram organizadas com o apoio das autoridades locais ou das forças de segurança no intuito de preparar os civis a cometer massacres contra membros da etnia Luba. Segundo testemunhas, essas exacções que incluem execuções, doentes queimados vivos, violações, mortes de crianças à machadada foram frequentemente cometidos por vizinhos.

Perante esta situação, numa altura em que predomina o impasse político no país onde as eleições presidenciais supostas realizar-se este ano foram adiadas para o fim do ano que vem, a Federação Internacional dos Direitos Humanos denunciou hoje uma "manipulação vinda do poder" numa região cuja população é tida como sendo mais favorável à oposição. Ao lamentar que Kinshasa não tenha encaminhado nenhum inquérito efectivo, a federação disse que iria transmitir a várias instituições 50 nomes de presumíveis responsáveis e exortou o Tribunal Penal Internacional a abrir um inquérito.

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