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Togo

Referendo para rever constituição a caminho no Togo?

No Togo, esta quarta-feira ficou marcada por manifestações da oposição, em Lomé, capital e em várias cidades do centro e norte do país, exigindo a demissão do presidente Faure Gnassingbé, que, para se manter no poder, quer uma revisão da constituição, por referendo.

Faure demissão um dos slogans das manifestações em Lomé contra revisão da constituição para presidente s emanter no poder
Faure demissão um dos slogans das manifestações em Lomé contra revisão da constituição para presidente s emanter no poder Reuters
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Milhares de pessoas reclamaram, esta quarta-feira, (20), na capital do Togo, nas ruas de Lomé e várias outras cidades do país, a demissão do Presidente togolês, Faure Gnassimgbé, respondendo presente ao apelo de manifestação da oposição.

Os manifestantes exigiram igualmente a reposição da constituição de 1992, a exemplo do que já tinham feito em duas marchas históricas a 6 e 7 de setembro reunindo mais de 100.000 pessoas.

Em agosto, a polícia togolesa reprimiu manifestações matando duas pessoas, mas nas manifestações de hoje ainda só há notícias de 4 pessoas feridas.

"Não somos jiadistas, não somos rebeldes", declarou Abdallah, 42 anos, do Partido Nacional Panafricano (PNP) de Tikpi Atchadam, um dos líderes mais radicais do movimento.

"Pedimos tão-somente democracia, porque já estamos cansados", sublinhou Abdallah, reagindo ao forte dispositivo policial para intimidar os manifestantes.

Nas diferentes manifestações via-se cartazes com inscrições como "Faure tem de partir" ou "Libertem o país, 50 anos, já basta".

Estas manifestações vêm no seguimento do boicote da oposição no parlamento sobre uma proposta de revisão constitucional  prevendo limitar para dois o número de mandatos presidenciais, de maneira retroactiva encapotada. 

A oposição boicotou a sessão parlamentar de ontem denunciando um "simulacro na plenária", sublinhando que a retroactividade é uma artimanha, pois, não se aplica ao presidente Faure Gnassimgbé, que quer candidatar-se em 2020 e 2025, sabendo que é herdeiro duma família que controla o país há 50 anos.

Ele sucedeu ao pai, o ex-Presidente Gnassimgbé Eyadema, em 2005 e está disposto a perdurar-se no poder, pelo menos até 2030.

Mas chumbada a proposta de revisão da constituição na ausência da oposição, o governo afirmou que a mesma será submetida a referendo nos próximos meses.

Daí a oposição prometer mais manifestações para denunciar esta medida autoritária do poder no Togo.

02:01

João Matos sobre manifestações no Togo

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