2017 poderá ser o ano mais trágico no Mediterrâneo
A Amnistia Internacional revelou, hoje, que 2017 pode ser o pior ano em termos de mortes de migrantes no Mediterrâneo. Pedro Neto, director executivo da Amnistia Internacional Portugal, explicou porquê e deixou um recado aos dirigentes da União Europeia.
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Este pode ser “pior ano em termos de perdas de vidas humanas no mar Mediterrâneo”, de acordo com o alerta repetido por Pedro Neto, director executivo da Amnistia Internacional Portugal, depois do relatório divulgado, esta quinta-feira, pela Amnistia Internacional (AI).
“Se o segundo semestre de 2017 tiver o mesmo número de perda de vidas que teve o primeiro semestre, então estaremos no pior ano em termos de perda de vidas humanas no mar Mediterrâneo”, explicou Pedro Neto.
O dirigente acrescentou que “é na altura do verão que há maior número de tentativa de travessias no mar”.
De acordo com o relatório da AI, no primeiro semestre do ano, houve 2.072 mortes entre as 75.000 pessoas que tentaram a travessia pelo Mediterrâneo, da Líbia até às costas italianas.
Pedro Neto avisou, também, que “a União Europeia tem responsabilidades neste momento porque está a apoiar a guarda costeira a fazer buscas e salvamento mas numa tentativa não de apoio e consideração por estas pessoas que fogem de situações de desespero, mas no sentido de a guarda costeira e de a própria Líbia serem um tampão eficiente para que estes refugiados e migrantes não cheguem às costas europeias”.
Por outro lado, o responsável lembrou que “a Europa está a pagar e apoiar a Líbia para segurar estes refugiados que, sendo apanhados no mar e se sobreviverem, regressam à Líbia em condições inumanas e são torturados, violentados e, muitas vezes, até raptados para trabalhos forçados”.
Para Pedro Neto, o que os líderes europeus devem fazer é criar “rotas legais e seguras para os refugiados e os migrantes” e terem uma “responsabilidade partilhada no acolhimento”.
Hoje, os ministros do Interior da União Europeia reuniam-se em Tallinn, na Estónia, para debater o pedido de ajuda lançado pela Itália face à chagada incessante de migrantes. Na semana passada, a Itália ameaçou deixar de aceitar a entrada nos seus portos de barcos estrangeiros que transportassem pessoas socorridas no Mediterrâneo e apelou aos parceiros europeus para darem uma “contribuição concreta”.
Pedro Neto, Diretor Executivo da Amnistia Internacional Portugal
Detenção de dirigente da AI Turquia não vai silenciar a ONG
A diretora executiva da Amnistia Internacional Turquia,Idil Eser, foi detida, esta quarta-feira, com outros sete defensores de direitos humanos e dois peritos em segurança e informação digital durante um workshop que decorria em Büyükada, na província de Istambul. Pedro Neto sublinhou que "o espaço dos defensores dos direitos humanos é cada vez mais apertado na Turquia", mas adverte que isso não os vai silenciar.
Pedro Neto, Director Executivo da Amnistia Internacional Parte II
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