Acesso ao principal conteúdo
Migrantes

2017 poderá ser o ano mais trágico no Mediterrâneo

A Amnistia Internacional revelou, hoje, que 2017 pode ser o pior ano em termos de mortes de migrantes no Mediterrâneo. Pedro Neto, director executivo da Amnistia Internacional Portugal, explicou porquê e deixou um recado aos dirigentes da União Europeia.

Migrantes ao largo da costa líbia, 19 de Junho de 2017.
Migrantes ao largo da costa líbia, 19 de Junho de 2017. REUTERS/Stefano Rellandini
Publicidade

Este pode ser “pior ano em termos de perdas de vidas humanas no mar Mediterrâneo”, de acordo com o alerta repetido por Pedro Neto, director executivo da Amnistia Internacional Portugal, depois do relatório divulgado, esta quinta-feira, pela Amnistia Internacional (AI).

“Se o segundo semestre de 2017 tiver o mesmo número de perda de vidas que teve o primeiro semestre, então estaremos no pior ano em termos de perda de vidas humanas no mar Mediterrâneo”, explicou Pedro Neto.

O dirigente acrescentou que “é na altura do verão que há maior número de tentativa de travessias no mar”.

De acordo com o relatório da AI, no primeiro semestre do ano, houve 2.072 mortes entre as 75.000 pessoas que tentaram a travessia pelo Mediterrâneo, da Líbia até às costas italianas.

Pedro Neto avisou, também, que “a União Europeia tem responsabilidades neste momento porque está a apoiar a guarda costeira a fazer buscas e salvamento mas numa tentativa não de apoio e consideração por estas pessoas que fogem de situações de desespero, mas no sentido de a guarda costeira e de a própria Líbia serem um tampão eficiente para que estes refugiados e migrantes não cheguem às costas europeias”.

Por outro lado, o responsável lembrou que “a Europa está a pagar e apoiar a Líbia para segurar estes refugiados que, sendo apanhados no mar e se sobreviverem, regressam à Líbia em condições inumanas e são torturados, violentados e, muitas vezes, até raptados para trabalhos forçados”.

Para Pedro Neto, o que os líderes europeus devem fazer é criar “rotas legais e seguras para os refugiados e os migrantes” e terem uma “responsabilidade partilhada no acolhimento”.

Hoje, os ministros do Interior da União Europeia reuniam-se em Tallinn, na Estónia, para debater o pedido de ajuda lançado pela Itália face à chagada incessante de migrantes. Na semana passada, a Itália ameaçou deixar de aceitar a entrada nos seus portos de barcos estrangeiros que transportassem pessoas socorridas no Mediterrâneo e apelou aos parceiros europeus para darem uma “contribuição concreta”.

03:05

Pedro Neto, Diretor Executivo da Amnistia Internacional Portugal

Detenção de dirigente da AI Turquia não vai silenciar a ONG

A diretora executiva da Amnistia Internacional Turquia,Idil Eser, foi detida, esta quarta-feira, com outros sete defensores de direitos humanos e dois peritos em segurança e informação digital durante um workshop que decorria em Büyükada, na província de Istambul. Pedro Neto sublinhou que "o espaço dos defensores dos direitos humanos é cada vez mais apertado na Turquia", mas adverte que isso não os vai silenciar.

02:00

Pedro Neto, Director Executivo da Amnistia Internacional Parte II

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.