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França/Ruanda

Queixa contra banco francês por “cumplicidade de genocídio” no Ruanda

Três associações apresentam, hoje, uma queixa contra o banco francês BNP Paribas por “cumplicidade de genocídio, de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade” no âmbito do genocídio de 1994 no Ruanda.

Prisão em Kibongo onde 300 membros da milícia Hutu estão detidos, 12 de Agosto de 1994.
Prisão em Kibongo onde 300 membros da milícia Hutu estão detidos, 12 de Agosto de 1994. AFP/Hector Mata
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A associação Sherpa, o colectivo das partes civis para o Ruanda e a ONG Ibuka França acusam a BNP Paribas de ter permitido o “financiamento da compra de 80 toneladas de armas, tendo servido para a perpetração do genocídio”.

As três associações afirmam que a BNP "autorizou em Junho de 1994 duas transferências de fundos da conta que o Banco Nacional do Ruanda tinha no banco para uma conta do banco suíço UBP" em nome de Willem Tertius Ehlers, um intermediário sul-africano "proprietário nesta época de uma empresa de comércio de armas chamada Delta Aero".

De acordo com as associações, as transferências bancárias de 14 e de 16 de Junho de 1994 de mais de 1,3 milhões de dólares (1,14 milhões de euros) aconteceram numa altura em que a ONU tinha decretado um embargo sobre a entrega de armas ao Ruanda, onde tinha começado o genocídio dos Tutsi que faria 800.000 mortos entre abril e julho de 1994.

Depois das transferências, Willem Tertius Ehlers e o coronel ruandês hutu Théoneste Bagosora – depois condenado pelo Traibunal Penal Internacional – teriam concluído uma venda de armas às Seicheles. De acordo com as associações, as armas chegaram a Goma, no então Zaire, e foram transportadas para Gisenyi, no Ruanda.

O banco BNP Paribas indicou à agência AFP que “não tem elementos suficientes para comentar” a queixa.

Actualmente, uma comissão francesa de investigadores e de juízes especializados em crimes contra a Humanidade está a examinar 25 dossiers ligados ao genocídio do Ruanda.

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