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AMNISTIA INTERNACIONAL

Amnistia Internacional denuncia abusos de segurança em África

A Amnistia Internacional publicou o seu relatório anual. A organização não governamental denuncia o aumento em 2016 no mundo de discursos de ódio e exclusão, acerca de África são apontados abusos das forças de segurança.

Amnistia Internacional
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Pela primeira vez na história a ong baseada em Londres, divulgou o seu relatório numa outra cidade, no caso Paris, em França, a "pátria dos direitos humanos" que está em ambiente de pré campanha eleitoral visando o escrutínio presidencial de Abril e Maio próximos.

Tanto mais que a organização denuncia o facto de em 2016 se ter registado um aumento dos discursos apelando à divisão, exclusão, fechamento e ódio à escala planetária.

Amnistia Internacional passou a pente fino a situação dos direitos humanos em 159 países, 36 dos quais expulsaram refugiados e/ou migrantes. 

Um diagnóstico que passa pela diabolização dos estrangeiros, migrantes, muçulmanos, mulheres ou minorias sexuais.

A política do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, do seu homólogo filipino Rodrigo Duterte  são denunciadas neste relatório, bem como as do recém-empossado chefe de Estado americano Donald Trump, nomeadamente a sua política em relação aos estrangeiros.

Abusos cometidos pelos governos ou por grupos armados são também apontados a dedo.

No que diz respeito a África a ong denuncia a repressão de movimentos da oposição, de manifestações pacíficas e silenciamento de críticos aos regimes em curso.

A Amnistia cita os Camarões e o Níger, onde centenas de suspeitos de apoiar a rede terrorista Boko Haram foram detidos de forma arbitrária durante longos períodos, ou a Etiópia onde mais de 800 pessoas morreram no âmbito de manifestações Oromo, mas também o Sudão do Sul.

A impunidade é a maior preocupação para a ong que apela a "heróis anónimos" que motivem o resto da sociedade civil a denunciar que as forças de segurança são muito raramente são incomodadas pelos abusos cometidos.

No que diz respeito aos países afro-lusófonos Cabo Verde e São Tomé e Príncipe não são citados, mas apontam-se a falta de condições e sobrelotação das cadeias na Guiné-Bissau, (um recluso foi morto já em 2017) e a instabilidade crónica justifica falhas na justiça e impunidade para os autores de violações de direitos humanos.

Em Moçambique tanto as forças de segurança como a Renamo, maior partido da oposição, teriam cometido impunemente abusos contra os direitos humanos, caso de assassínios e prisões arbitrárias mas são também denunciadas "valas comuns" cujos responsáveis continuam impunes.

Em Angola o descontentamento social teria sido silenciado pelas autoridades, país onde se teriam registado prisões arbitrárias e julgamentos com motivações políticas, mas o balanço de 2016 é positivo devido à libertação de 19 activistas, e a ong vê com muitas expectativas o ano de 2017 devido às eleições gerais agendadas para Agosto.

 

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