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Gâmbia

Gambianos à espera que Yahya Jammeh saia do país

Os gambianos continuavam à espera este sábado que o derrotado presidente Yahya Jammeh abandonasse o país como prometeu depois da mediação da CEDEAO que enviou tropas para pôr no poder o vencedor das eleições presidenciais, Adama Barrow.

Yahya Jammeh presidente derrotado da Gâmbia, no centro, em plena negociação com missão africana da CEDEAO
Yahya Jammeh presidente derrotado da Gâmbia, no centro, em plena negociação com missão africana da CEDEAO RFI
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Yahya Jammeh, ex-presidente da Gâmbia, derrotado nas eleições presidenciais de dezembro, prometeu esta sexta-feira, (20) sair do poder, após longas e duras negociações com a CEDEAO, que chegou a enviar tropas para aquele país para colocar no poder, Adama Barrow, vencedor desse escrutínio presidencial.

Contudo, ainda na tarde deste sábado, os gambianos continuavam à espera que Yahya Jammeh cumprisse a sua promessa e saísse do poder para o exílio, talvez a Guiné Conacri, depois de se ter falado em vários outros países, como a Arábia saudita, Marrocos, Nigéria e mesmo a Guiné Bissau;

 Convém lembrar que a Guiné Bissau país vizinho tem recebido nos últimos dias milhares de gambianos que abandonam o seu país com medo da violência de Yahya Jammeh e os seus homens ou mesmo duma guerra, depois que a CEDEAO enviou tropas, sobretudo do Senegal, para a Gâmbia.

Entretanto, ontem à noite, a capital gambiana, Banjul, mostrava-se calma sobretudo após a aceitação de Jammeh em deixar o país e o poder para o seu adversário das presidenciais, Adama Barrow, que nesse meio tempo tomou posse na embaixada gambiana, em Dacar, no Senegal.

Um jovem gambiano, Saikou Camara de 28 anos, é como S. Tomé, quando diz: "Eu só acreditarei que Jammeh  aceitou deixar o poder quando ele estive fora do país".

Entre os gambianos é ver para crer  e a desconfiança é de rigor com outros a mostrar-se impacientes em ver Jammeh abandonar o país o mais rápido possível depois de ter estado no poder 22 anos na Gâmbia, pequeno país de 2 milhões de habitantes e que dirigiu com punho de ferro.

Yahya Jammeh, 51 anos, anunciou ontem na televisão a sua decisão em deixar o país nestes termos:

"Decidi em consciência deixar a direcção desta grande nação, com uma infinita gratidão em relação a todos os gambianos".

A crise política na Gâmbia estalou a 9 de dezembro, quando Yahya Jammeh recusou reconhecer os resultados das eleições presidenciais de 1 de dezembro, que deram a vitória Adama Barrow, isto depois dele ter começado por felicitar o vencedor uma semana antes.

Múltiplas iniciativas fizeram depois mudar de ideias o então presidente derrotado, Jammeh, que tomou uma série de medidas nomeadamente interpondo um recurso ao supremo tribunal denunciando fraudes para se manter no poder.

Mas, o vencedor Adama Barrow, já tinha sido reconhecido pela comunidade internacional, nomeadamente, a União africana e a CEDEAO, que entraram em acção prometendo solidariedade ao vencedor e sanções ao derrotado Jammeh.

Seguiu-se então uma série de missões e negociações de Presidentes africanos e dirigentes da CEDEAO à Gâmbia para tentar convencer Jammeh a entregar o poder ao vencedor Barrow.

Jammeh recusava todas as propostas que lhe eram feitas e a CEDEAO acabou por enviar tropas para o tirar do poder.

Uma solução pacífica estará em vias de ganhar este braço de ferro, poupando ao povo gambiano uma guerra, com Jammeh aceitando exilar-se na Guiné Conacri e nos útimos fala-se ainda na Guiné Equatorial ou Mauritânia.

A ver vamos!

01:12

João Matos sobre situação na Gâmbia

 

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