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África do Sul

"Guptagate" abala o presidente da África do Sul

A pedido da oposição, o parlamento sul-africano vai examinar no dia 10 de Novembro uma moção de desconfiança contra o presidente Jacob Zuma, na sequência da divulgação ontem de um relatório denunciando possíveis "crimes" de corrupção na elite do poder na África do Sul, abalando ainda um pouco mais o Presidente Jacob Zuma, já enfraquecido depois de ter sido condenado este ano pela justiça do seu país a reembolsar ao Estado cerca de 500 mil Euros que tinha utilizado para obras na sua residência pessoal no KwaZulu-Natal, no leste do país.

O presidente da África do Sul, Jacob Zuma
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma REUTERS/Mike Hutchings
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O documento publicado ontem, redigido pela procuradora Thuli Madonsela em final de mandato, faz emergir relações de proximidade entre o Presidente bem como membros do seu governo com a poderosa e controversa família Gupta. Os irmãos Gupta, magnatas originários da Índia que possuem empreendimentos na área da informática, das minas, do imobiliário, do turismo, aviação e comunicação social são suspeitos de terem influenciado o poder na nomeação de ministros para defender os seus interesses.

De acordo com o relatório ontem divulgado, a família Gupta estaria envolvida na polémica nomeação em Dezembro do ano passado da figura até então desconhecida de David Van Rooyen para o posto de Ministro das finanças até aí ocupado por Nhlanhla Nene, responsável muito respeitado pelos mercados. Na altura, essa nomeação gerou uma reacção tão violenta nos mercados que David Van Rooyen, suspeito de ser próximo dos Gupta, teve que ser substituído no espaço de apenas 4 dias por Pravin Gordhan que já tinha ocupado o cargo entre 2009 e 2014. A controvérsia também estalou porque, já naquele momento, se suspeitou que pudesse ter havido uma intervenção dos Gupta, uma suspeita confirmada alguns meses depois, no passado mês de Março, pelo vice-ministro das finanças Mcebisi Jonas, cujo testemunho aliás também alimenta o relatório produzido pela procuradora Thuli Madonsela.

Na sequência do surgimento deste novo escândalo, têm sido múltiplos os apelos à demissão do Presidente Zuma. Para além da Aliança Democrática, um dos principais partidos da oposição, a formação liderada pelo líder populista Julius Malema também reclamado a saída do chefe de Estado sul-africano. Contudo, do ponto de vista de Thomas Hausen, professor de Direito na Universidade de Pretória, embora a credibilidade de Jacob Zuma saia abalada, não estão reunidas as condições que poderiam obrigá-lo a demitir-se e o relatório divulgado ontem não comprova nada.

10:14

Thomas Hausen, professor de Direito na Universidade de Pretória na África do Sul

 

 

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